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Geithner se defende em sabatina no Congresso sobre AIG

Por GLENN SOMERVILLE E DAVID LAWDER
Atualização:

Um painel do Congresso, que está investigando como foi gasto o dinheiro do enorme pacote de ajuda à seguradora AIG, questionou o papel do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, nas negociações. A deputada Darrell Issa, principal republicana no comitê de reforma e supervisão do governo na Câmara dos EUA, vem acusando o Federal Reserve de Nova York, comandado por Geithner na época, de tentar "encobrir" pagamentos à AIG feitos a contrapartes do banco após a seguradora receber ajuda governamental. Antes de a audiência começar, Geithner cumprimentou parlamentares e parou por um breve momento para falar com Issa antes de tomar assento. Na falta de uma "evidência incontestável" em milhares de páginas de documentos sugerindo que Geithner esteve diretamente envolvido nas decisões de não revelar detalhes de 62 bilhões de dólares em pagamentos a bancos que detinham credit default swaps --títulos usados como seguro sobre o crédito--, as atenções devem ficar em por que o prejuízo com essa operação não foi compartilhado com os bancos. Mais de 180 bilhões de dólares foram destinados a ajudar a AIG, ação que Geithner e seu antecessor, o ex-secretário do Tesouro Henry Paulson, defenderam veementemente como vital para evitar um colapso "catastrófico" da combalida seguradora, que teria provocado uma recessão econômica mais extensa. Mas os parlamentares claramente permaneciam insatisfeitos e, iniciada a audiência, o presidente do comitê, Edolphus Towns, democrata de Nova York, descreveu de maneira vívida porque a ajuda à AIG irritou os contribuintes. "Na verdade, os contribuintes estavam tapando o buraco da AIG com dinheiro, e o restante de Wall Street veio e saqueou o defunto", disse Towns. Geithner, que foi presidente do Fed de Nova York antes de ser nomeado em novembro de 2008 pelo presidente Barack Obama para assumir o Tesouro, afirmou não estar envolvido em nenhuma decisão relacionada a como a AIG revelou os pagamentos a bancos. "Eu não tive nenhum papel na tomada de decisões ligadas ao que revelar a respeito de termos financeiros específicos de Maiden Lane II e Maiden Lane III, e pagamentos a contrapartes da AIG", disse ele. Os fundos Maiden Lane eram entidades especiais que o Fed de Nova York criou para comprar e deter ativos na condição de que os credit default swaps e os ativos pudessem ser vendidos no futuro. Tanto Geithner como Bernanke, chairman do Fed (banco central dos EUA), tem sentido a reação do repúdio público nas quantias envolvidas. A demonstração de irritação ameaçou por um momento a proposta de um segundo mandato para Bernanke como chairman do Fed, embora parecesse haver apoio para tal e uma votação inicial no Senado sobre sua indicação tenha sido marcada para quinta-feira.

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