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Genebra se transforma em centro de negociação de commodities

Por LAURA MACINNIS
Atualização:

Uma pequena cidade da Suíça mais conhecida como centro da diplomacia e do setor financeiro mundiais transformou-se discretamente em um centro global das commodities. Os impostos baratos convenceram muitas tradings a se mudarem para Genebra, lar do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) na Europa, da Organização Mundial do Comércio (OMC), da Cruz Vermelha Internacional e de 140 bancos que servem algumas das pessoas mais ricas do mundo. As filiais na cidade das instituições financeiras BNP Paribas, Credit Suisse, ING, Crédit Agricole, UBS e outras também criaram um nicho para oferecer ferramentas de financiamento transnacional aos mercados de commodities. "Isso fez com que viessem para cá muitos comerciantes de Londres, de Paris e de outras cidades que querem financiar suas operações", afirmou Geert Descheemaeker, chefe da Associação de Comércio e Transporte de Genebra (GTSA). A entidade, criada em setembro de 2006, representa várias empresas, entre as quais a Cargill, a Louis Dreyfus Commodities Switzerland, a Bunge Europe, a Vitol e a SGS . A GTSA calcula que há 6 mil pessoas em Genebra envolvidas com o comércio, transporte e outros serviços relacionados às commodities -- na cidade há 8.500 funcionários da ONU e 19 mil de bancos. A maior parte dessas pessoas realiza operações referentes ao mercado físico de commodities, e não ao mercado futuro ou de hedging. Todos os grandes comerciantes de grãos, oleaginosas e produtos derivados encontram-se em Genebra, que é atualmente o maior centro mundial para esse tipo de atividade, disse Descheemaeker. Os antigos laços de Genebra com empresas russas também fizeram com que se intensificasse o envolvimento da cidade com o negócio do petróleo, que Descheemaeker descreveu como equivalente, em termos de influência, ao peso de Londres e de Cingapura. Mais de 70 por cento do petróleo vindo da Rússia e de outros países do antigo bloco soviético são negociados hoje por meio de Genebra, afirmou o dirigente da GTSA. Café, algodão, arroz e metais também são comprados e vendidos pelas corretoras cada vez mais numerosas da cidade suíça. "Há um afluxo constante de novas empresas", afirmou Descheemaeker à Reuters, em uma entrevista. "Quando se atinge uma massa crítica, a presença dos competidores ou parceiros de uma empresa transforma-se em um ímã para essa mesma empresa. Aquele começa a ser o lugar onde se deveria estar."

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