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Genéricos derrubam remédios de marca

Os medicamentos genéricos estão em ascensão. Pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal revelou que 151 remédios de marca tiveram queda de até 34,80% nas vendas.

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF) revelou que 151 remédios, do grupo dos 300 mais vendidos do Brasil, tiveram queda de até 34,80% nas vendas. O principal motivo é o crescimento das vendas dos remédios genéricos, causada por uma mudança na relação entre médico e paciente. O estudo foi realizado de maio de 1999 até maio deste ano. O presidente do CRF-DF, Antônio Barbosa, acredita que os pacientes estão se conscientizado do valor do medicamento genérico que, além de possuir o mesmo princípio ativo dos remédios de marca, é mais barato. "A população está buscando alternativas mais baratas na hora de comprar remédios. Os médicos também passaram a receitar mais de três opções, o que tornou menos caro o tratamento dos pacientes", declarou. Barbosa diz que o consumidor que optar pelos medicamentos genéricos pode reduzir seus gastos em mais de 50%. Entre 151 medicamentos que apresentaram queda nas vendas, 95 têm similares (não atestados pelo governo como genéricos através de provas de bioequivalências ou farmacológicas) e 25 têm genéricos no mercado. "No mercado existem 6 mil marcas de remédios. Os 300 remédios de marca mais vendidos dominam 80% do mercado. É uma vitória dos genéricos e similares conseguir combater estes fortes concorrentes", disse o presidente da CRF-DF. A queda mais significativa foi a do anti-inflamatório Cataflan, remédio campeão de vendas, que registrou uma baixa de 22,14% em suas vendas. Estratégia dos laboratórios Os laboratórios, percebendo o aumento significativo das vendas dos genéricos, estão armando estratégias para manipular o mercado, segundo Barbosa. A manobra mais utilizada é a de distribuir aos médicos uma relação de medicamentos que estão sendo vendidos a preço de custo em farmácias pré-determinadas pelo próprio laboratório. A idéia dos laboratórios é que o médico incentive o paciente a comprar estes remédios em farmácias onde são vendidos mais barato e não receitar os genéricos correspondentes. Porém, alguns meses depois, sem o conhecimento do médico, as empresas aumentam novamente os preços destes medicamentos e o consumidor volta a pagar mais caro. Queda nas vendas provoca alta nos preços Para não ficar no prejuízo com a queda nas vendas, os laboratórios aumentaram os preços. A pesquisa mostra que entre janeiro e setembro de 2000, os 151 medicamentos que perderam espaço no mercado aumentaram os preços em até 47,80%. É o caso do analgésico Novalgina que perdeu 6,6% de suas vendas, mas subiu os preços em 18,41%. O anti-inflamatório Voltaren também teve quedas nas vendas de 9,80% e ficou 26,61% mais caro. Veja a seguir uma tabela completa com os preços dos medicamentos genéricos comparados aos remédios de marca.

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