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Genéricos ganharão concorrência

Empresa canadense virá ao Brasil para concorrer no mercado de genéricos. Fábrica ficará pronta em setembro e colocará 75 produtos à venda.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado brasileiro de genéricos está hiperativo. Quinhentos produtos já foram registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em janeiro, a procura por genéricos aumentou 11%, contra 6,8% do mercado total. E as empresas multinacionais não param de chegar ao Brasil. Hoje a Apotex, maior fabricante de genéricos do Canadá, onde detém 40% desse mercado, além de 17% das vendas de medicamentos de marca, começa oficialmente a construir sua fábrica no Brasil. Com investimento de US$ 10 milhões em três linhas de produção, ela ficará pronta em setembro. Mas em abril a empresa dá início à venda de genéricos importados da matriz. Dos 44 pedidos de registro feitos à Anvisa, já recebeu autorização para comercializar 9. Até o final do ano, o objetivo é colocar 75 produtos no mercado. Entre eles pode haver alguns inéditos, princípios ativos que ainda não têm concorrência, como genérico, nas farmácias brasileiras. O presidente da Apotex no Brasil, Isac M. Correia, não pode divulgar quais seriam. Diz apenas que 14 dos 35 comercializados pela matriz estão na lista de pedidos feitos à Anvisa. No total, a Apotex tem 180 produtos. Suas especialidades são antidiabéticos, antidepressivos, ansiolíticos e antibióticos, além de medicamentos contra asma e antifúngicos. A grande questão que se coloca é: será que o mercado brasileiro não está ficando saturado com tantas empresas dedicadas à fabricação de genéricos? No site da Anvisa, há 29 laboratórios aprovados, sem contar a Apotex e a alemã Hexal que, segundo Vera Valente, coordenadora de genéricos da agência, vai instalar fábrica no Paraná. "O interesse das multinacionais mostra o sucesso da política de genéricos no Brasil", diz Vera. "Mas, com o passar do tempo, pode haver uma reorganização das empresas." Aquelas que apostaram, fizeram investimentos e se modernizaram devem continuar no mercado. Outras que ficaram no meio termo, entre genéricos e medicamentos similares, que não precisam de testes de bioequivalência, podem sair. A Apotex aposta alto. Em um ano, estima que vai estar entre as três maiores no Brasil. Hoje as líderes são EMS, Medley, Biosintética e Eurofarma, todas nacionais. "O País hoje é um dos dez principais mercados do mundo", diz Correia. "Vamos chegar lá porque temos um excelente portfólio." SUS distribuirá remédios para hipertensos e diabéticos Pessoas hipertensas e diabéticas receberão gratuitamente remédios no Sistema Único de Saúde. O ministro da Saúde, Barjas Negri, anunciou ontem que, até o final do ano, irá universalizar a distribuição de medicamentos para pacientes de hipertensão, um fator de risco para infarto. As novas regras devem ser divulgadas em dez dias. Negri prevê o atendimento de 9 milhões de pessoas, com a distribuição de três anti-hipertensivos (hidroclorotiazida, propanolol e captopril) fabricados por laboratórios oficiais. Ele garante ser mais econômico contratar diretamente esses laboratórios do que repassar verba para as secretarias fazerem as compras. Atualmente, 4 milhões de pessoas já recebem remédios para hipertensão por meio de programas de Saúde da Família e de Assistência Farmacêutica Básica. Os novos beneficiários serão incorporados gradativamente a partir de maio. Os interessados devem fazer um cadastro, que será vinculado ao cartão do SUS, para facilitar o atendimento em caso de consultas ou internação. O ministério também investirá em treinamento de profissionais de saúde, para melhorar a identificação de casos de hipertensão e diabete, e em orientação dos pacientes. No ano passado, durante campanha de prevenção à doença, inúmeras pessoas desconheciam sofrer de pressão alta.

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