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Gerdau paga US$ 60,6 milhões por fatia da Siderperú

O valor será pago a vista pela Gerdau, que assumirá ainda uma dívida líquida de US$ 102 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Gerdau confirmou nesta quarta-feira, em comunicado, a compra de 50% mais uma ação do capital da Empresa Siderúrgica Del Perú S.A. (Siderperú), por US$ 60,6 milhões, em leilão público realizado pela Agência de Promoção de Investimentos Privados do Peru (ProInversión). O valor será pago a vista pela Gerdau, que assumirá ainda uma dívida líquida de US$ 102 milhões. Localizada na cidade de Chimbote, a Siderperú produz aços planos e longos, com vendas anuais de aproximadamente 360 mil toneladas de produtos acabados. A empresa opera um alto-forno, uma unidade de redução direta, uma aciaria com dois fornos elétricos e dois conversores LD e três laminações. Aproximadamente 20% das vendas estão representadas por aços planos e os demais 80% por aços longos. Consolidação O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse nesta quarta-feira que existe "caminho" e "potencial" para a consolidação da siderurgia no Brasil, mas observou que trata-se de uma negociação complexa, que "não deve acontecer a curto prazo". Ele classificou a criação da gigante Arcelor Mittal como um "divisor de águas" nesse processo mundial. Para o empresário, o debate sobre a constituição de um grande grupo siderúrgico brasileiro vem sendo feito há muitos anos. Porém, "historicamente", pautado na necessidade de resolução de problemas de empresas em dificuldades, sejam financeiras, ou tecnológicas. "Não tem a mesma dimensão de necessidade (de consolidação do parque siderúrgico nacional) no Brasil como tem (em) outros cenários mundiais", disse, citando os Estados Unidos e a Europa. De acordo com Jorge Gerdau, a preocupação prioritária dos grupos brasileiros é encontrar "bons projetos" e não resolver "algum gargalo, algum problema de natureza técnica e econômica". "O caminho e o potencial para a consolidação no Brasil existe, mas é uma negociação que eu acho que não deve acontecer a curto prazo e ela é bastante complexa", destacou o empresário, que controla o grupo siderúrgico brasileiro mais bem colocado no ranking mundial, com capacidade total de produção anual de 19 milhões de toneladas de aço. Opiniões A opinião de Jorge Gerdau é divergente da emitida pelo presidente do Sistema Usiminas, Rinaldo Campos Soares, que já vislumbra um agrupamento entre a Usiminas, Cosipa, Companhia Siderúrgica Nacional e Açominas, controlada pela Gerdau. O debate já está sendo feito há muitos anos e sempre vem à tona quando grandes operações desse tipo são realizadas no exterior. O executivo explica ainda que os perfis acionários dos vários grupos nacionais dificultam uma negociação. Gerdau ressaltou, no entanto, as empresas têm o mesmo interesse, que é o de encontrar bons projetos para investir. Nesse contexto, é normal que as companhias estejam interessadas na Gerdau, visto que a empresa tem o "melhor projeto de investimento em andamento". "Investir em novas expansões da Açominas é mais barato e viável do que apostar em projetos novos", afirma, destacando que a empresa ocupa posição privilegiada. Investimentos A Gerdau mantém um amplo programa de para o Brasil. Durante comemoração dos 20 anos da Gerdau Açominas, comemorada com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o executivo anunciou investimentos de US$ 275 milhões para instalação de um lingotamento contínuo de placas na planta da empresa. A previsão é de que o novo equipamento, que terá capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas por ano, inicie operação no final de 2008, para atender o mercado já a partir do começo de 2007. O projeto já prevê a estrutura básica para uma ampliação futura para 3 milhões de toneladas de placas por ano. O novo projeto é um complemento ao pacote de investimentos que a Gerdau Açominas está fazendo para elevar sua capacidade de produção de aço bruto de 3 milhões de toneladas para 4,5 milhões de toneladas até o final de 2007. Os recursos totais são de US$ 1,5 bilhão e incluem uma nova sinterização, um novo alto-forno e coqueria, uma quarta unidade de geração de energia, além do equipamento de lingotamento contínuo de blocos. A empresa deve ainda concluir entre o final de 2006 e início de 2007 os estudos para um novo projeto de ampliação da Gerdau Açominas, para 6,5 milhões de toneladas de aço por ano. De acordo com o vice-presidente da empresa, Luiz André Rico Vicente, os estudos estão agora na fase de engenharia básica e têm assessoria da JFE.

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