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Gestão de Draghi no BCE é questionada

Dirigentes dos BCs da zona do euro estão descontentes com presidente da instituição

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Por Redação
Atualização:

FRANKFURT - Dirigentes dos bancos centrais dos países da zona do euro planejam manifestar descontentamento com a gestão do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, à frente da instituição. Segundo fontes, os banqueiros questionam a pouca transparência de Draghi em relação aos integrantes do conselho do BCE e a maneira equivocada do dirigente em se comunicar com o público. A irritação entre os chefes de bancos centrais nacionais pode limitar o espaço de Draghi em aplicar medidas mais ousadas de política monetária nos próximos meses, quando o BCE terá de enfrentar decisões cruciais sobre a compra de bônus soberanos para combater a deflação e a paralisia econômica da região, avaliam especialistas. Os banqueiros estão particularmente insatisfeitos porque Draghi fixou uma meta para incrementar o balanço do BCE imediatamente depois de o conselho do banco concordar em não tornar nenhuma cifra pública, disseram as fontes. "Isso criou as expectativas que queríamos evitar. Agora, tudo que fazemos é comparado à meta de elevar o balanço em um bilhão (de euros)." Os questionamentos devem ser feitos hoje em tradicional jantar informal dos dirigentes antes da reunião formal de política monetária amanhã. Receptividade. Muitos dos funcionários do BCE deram boas-vindas à informalidade de Mario Draghi quando ele assumiu a presidência do banco das mãos do francês Jean-Claude Trichet, em 2011. Seus esforços para manter reuniões curtas, delegar e estimular a proposição de ideias foram recebidos como forma de arejar a gestão austera do banco. No entanto, à medida que as decisões de flexibilizar a política monetária e de recorrer a ações não convencionais se tornaram mais polêmicas, fontes com conhecimento do tema disseram que o chefe italiano do BCE começou a atuar cada vez mais por conta própria ou com apenas alguns assessores, deixando de ouvir até mesmo figuras-chave da instituição. "Draghi está mais reservado (...) e menos colegiado. Os dirigentes nacionais, às vezes, sentem que estão na obscuridade, deixados de lado", disse outra fonte do BCE. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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