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Gestão do fundo acirra clima entre Ministério da Economia e Caixa

A proposta é permitir que outros bancos públicos e privados participem da gestão do fundo

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Por Camila Turtelli e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - O Ministério da Economia criou um departamento do FGTS, o que vem causando ciumeira na Caixa Econômica Federal. O banco estatal é responsável pela gestão do FGTS, mas a equipe econômica defende retirar do banco a exclusividade da gestão do fundo, que tem quase R$ 500 bilhões em ativos.

A estratégia já foi comentada publicamente por integrantes do governo. A proposta é permitir que outros bancos públicos e privados participem da gestão do fundo. O trabalhador poderia escolher qual banco administraria os seus recursos depositados. A Caixa recebe por ano cerca de R$ 5 bilhões para fazer esse trabalho (1% do ativo total).

A Caixa recebe por ano cerca de R$ 5 bilhões para fazer a gestão do fundo Foto: Clayton de Souza/Estadão

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O clima entre os técnicos do Ministério da Economia e funcionários da Caixa piorou depois que o governo pediu para acelerar os estudos de liberação dos recursos do FGTS para ativar a economia.

O banco está tendo de montar às pressas uma força-tarefa para atender os cotistas nos próximos meses, o que deve lotar as agências do banco em todo o País e exigir horas extras dos seus funcionários. 

Segundo o Estado apurou, a ideia é que o departamento do FGTS cuide também do PIS/Pasep e do Fundo de Compensações de Variações Salariais (FCVS), que garante a liquidação de saldos remanescentes de financiamentos imobiliários. 

Um novo modelo para o fundo está em análise pela equipe econômica e pode trazer no médio prazo novas mudanças. Uma das ideias é mudar a alíquota de 8% que é paga pelas empresas sobre o salário do trabalhador. Também há estudos para melhor a remuneração dos empréstimos que são feitos com recursos do FGTS. 

Uma das propostas avaliadas é que os financiamentos sejam remunerados pela Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa aplicada aos empréstimos do BNDES. Outra proposta é que o trabalhador possa aplicar os seus recursos no Tesouro Direto, programa de venda de títulos do Tesouro Nacional.

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Correções

Matéria corrigida para informar que os 8% sobre o salário recolhidos ao FGTS são pagos pela empresa. 

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