'É muito mais natural pagar por um produto depois de recebê-lo'
Depois de mais de dez anos trabalhando na área de tecnologia voltada para o setor financeiro, Marcos Cavagnoli - que já passou por Citi, JP Morgan e Buscapé - foi convidado, no ano passado, para comandar o primeiro serviço de pagamento digital pós-pago do Brasil, a Koin. Na prática, a ferramenta da empresa permite que o internauta faça uma compra pela internet sem fornecer os dados do cartão de crédito e pague apenas quando receber o produto em casa. O modelo é inspirado na sueca Klarna, que atende 35 milhões de consumidores finais na Europa. "A adesão na Europa foi viral", diz Cavagnoli. Por que você acha que o modelo europeu vai pegar no Brasil? As razões pelas quais os europeus aderiram ao modelo pós-pago (produtos comprados na internet não entregues e medo de fornecer dados do cartão de crédito) são muito mais fortes no Brasil. E é muito mais natural você pagar por um produto depois de recebê-lo ou consumi-lo. Mas o setor de pagamentos digitais já tem fortes nomes no Brasil, com PayPal, PagSeguro, MercadoPago. É uma mudança radical ir para o pós-pago. A internet cresceu no esquema pré-pago. Mas o modelo do pós tira o medo do consumidor e assume a responsabilidade diante do lojista (caso o consumidor não pague). Vamos fazer campanha de marketing este ano explicando o funcionamento dessa nova modalidade. Nos EUA, há aceleradoras que investem só em serviços financeiros digitais. Como tem sido o interesse dos investidores no Brasil? Como o e-commerce cresce aqui, pagamento digital também cresce. No nosso caso, vários fundos já vieram conversar conosco. FRIGORÍFICO Associação tenta evitar que Marfrig feche unidade no Sul O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, está otimista em encontrar uma solução para a crise que levou a Marfrig a fechar uma unidade em Alegrete. Autoridades, sindicatos e entidades do setor buscam uma forma de manter o emprego dos 600 funcionários e evitar prejuízos para a economia da região. Uma opção que vem sendo cogitada é a Marfrig dar seguimento ao fechamento da unidade, permitindo que outra empresa do setor assuma as instalações. Outra hipótese é que a Marfrig fixe uma data para retomar a produção em Alegrete, já que ela vem tratando a suspensão das atividades como temporária.