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Gestora suíça adquire 40% da rede Hortifruti

Operação foi de R$ 300 milhões e inclui fatia que pertencia à Bozano Investimentos e pequenos acionistas

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:
 

O fundo de private equity suíço Partners Group comprou, segundo apurou o Estado, 40% da rede Hortifruti, que tem o conceito de um ‘sacolão de luxo’. A operação foi de cerca de R$ 300 milhões e envolve a fatia de 33% da Bozano Investimentos, do empresário gaúcho Julio Bozano - ex-dono do banco Bozano, Simonsen (vendido ao Santander em 2000) -, outros 7% que pertencem a acionistas minoritários e parcela pequena de controladores da rede.

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É o primeiro investimento direto do Partners Group no Brasil, de acordo com fontes próximas ao assunto. O fundo suíço de private equity (que compra participações em empresas) tem uma carteira de investimentos de cerca de US$ 47 bilhões em ativos pelo mundo.   No Brasil, costuma atuar como coinvestidor, fazendo aportes por meio gestoras locais. Um exemplo foi a compra, em 2012, de fatia da rede de lojas esportivas Centauro, juntamente com a GP Investments. 

A saída da Bozano Investimentos do negócio já era prevista pelo mercado, uma vez que o fundo já tinha concluído seu ciclo de investimentos, segundo fontes próximas ao negócio. A família Bozano tem sociedade minoritária em outras empresas, como a rede Amor aos Pedaços e Forno de Minas. 

Com a entrada do fundo suíço, a rede Hortifruti planeja expandir seus negócios entre os próximos três a cinco anos e poderá, a depender das condições de mercado, abrir seu capital. 

As negociações para a entrada de um novo sócio começaram no início do ano e foram concorridas, com interesse de importantes fundos, como o do Goldman Sachs, Warburg Pincus, TPG e Gávea. 

Os acionistas da Hortifruti foram assessorados pela butique de fusões e aquisições Greenhill, que atua no Brasil desde outubro de 2013. Procurados, a Hortifruti e a Greenhill não comentaram o assunto. O Partners Group e a Bozano Investimentos não retornaram os pedidos de entrevistas.

Sacolão. Fundada em 1989 em Colatina, no Espírito Santo, pelos empreendedores Gilberto Lopes e Tadeu Fachetti, a rede conta com 32 lojas com a bandeira Hortifruti - a maior parte delas no Rio de Janeiro. No ano passado, registrou receita líquida de R$ 922,4 milhões, um crescimento de 18% sobre o ano anterior. Para este ano, o faturamento bruto estimado é de R$ 1,2 bilhão.

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Em agosto deste ano, a rede Hortifruti comprou a concorrente paulista Natural da Terra, que possui 8 lojas na cidade de São Paulo. O valor do negócio não foi informado à época.

Consumo em queda. De acordo com Guilherme Assis, analista de varejo do Brasil Plural, o conceito de loja como o da rede Hortifruti é focado em alimentos perecíveis “premium” (alto padrão) e tem potencial para crescer. “É um negócio que tem margem alta, mas é preciso ter um controle de estoque rigoroso e boa gestão dos alimentos.” 

Para Assis, com o dólar valorizado, os fundos de private equities estrangeiros deverão intensificar as aquisições no País.

“A grande questão é que tem grandes compradores para negócios instalados no Brasil, como o Hortifruti, mas há uma queda de consumo das grandes redes de varejo”, afirmou Assis, reforçando os dados divulgados ontem pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). A entidade informou que as vendas reais dos supermercados brasileiros apresentaram queda de 7,13% em novembro na comparação com igual período do ano passado. Na comparação com outubro, as vendas reais tiveram queda de 4,31%. 

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