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Gianetti espera retomada das exportações ainda em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), Roberto Gianetti da Fonseca, acredita que as exportações brasileiras deverão se recuperar em volumes e em valores no segundo semestre do ano. Além da expectativa de recuperação da economia global, o ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) explica que a corrente de comércio foi prejudicada no segundo semestre do ano passado, o que formou uma baixa base de comparação. Gianetti participa do seminário "As Exportações dos Serviços Brasileiros: Realidades e Perspectivas". Boletim A queda de 13,1% no ?quantum? (quantidade) das exportações de maio, na comparação com igual mês do ano anterior, a maior redução do ano nesse indicador, "efetuou a devida correção" no desempenho das vendas externas do País, segundo o boletim da Funcex. O argumento é que o resultado de abril, com aumento de 3,5% na quantidade exportada, foi "atípico". O boletim destacou também que, quando se considera o índice médio de abril-maio, a queda em relação ao mesmo período do ano passado é de 5,3%, "compatível com as variações observadas nos três primeiros meses do ano". Os produtos manufaturados ampliaram a redução das exportações, atingindo -11,3% em maio, ante resultado de -0,6% em abril, na comparação com iguais meses do ano passado. Nos semimanufaturados, a queda no "quantum" foi de 4,3% em maio e nos produtos básicos, de 19,6%. De acordo com a Funcex, a explicação para a queda significativa dos produtos básicos pode ser um o atraso proposital de embarques, devido à expectativa de desvalorização do câmbio; ou a greve dos fiscais da Receita Federal. O boletim de comércio exterior da Funcex de maio destaca que "não há ainda qualquer sinal de reversão" do movimento de queda do quantum das exportações brasileiras, iniciado no final do ano passado. Segundo o boletim, a taxa de crescimento no acumulado dos últimos 12 meses vem caindo seguidamente, e está atualmente em 2,6%, contra 9,6% registrado em dezembro de 2001. A maior retração vem ocorrendo nos produtos manufaturados, cuja taxa acumulada da quantidade exportada em 12 meses chegou a -4,5% em maio, como resultado da "forte contração" do comércio Brasil com os parceiros do Mercosul, especialmente a Argentina. No caso dos produtos básicos, ainda de acordo com o boletim, o crescimento em 12 meses ainda é "expressivo", de 18,2%, mas as "fortes quedas na margem reduziram-na para pouco mais da metade do que era em dezembro de 2001". No que diz respeito aos semimanufaturados, o crescimento de 5,8% em 12 meses, segundo a Funcex, não é inferior às taxas observadas anteriormente, mas refletem "apenas um fato não muito positivo?, pois as exportações desses produtos "estão apenas retornando ao nível de dois anos atrás".

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