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Giraffas tira sócios da gestão e lança nova marca para acelerar crescimento

Fast food. Redução do ritmo de expansão do negócio influenciou mudanças radicais na administração: Alexandre Guerra, filho do fundador, assumirá a presidência; atuais sócios-diretores irão para o Conselho e serão substituídos por executivos de mercado

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Por Fernando Scheller
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A rede de fast food Giraffas está promovendo mudanças radicais em sua gestão: até o fim do ano, todos os sócios-diretores, incluindo o presidente e fundador Carlos Alexandre Guerra, de 51 anos, deixarão o dia a dia da companhia. Eles irão para um Conselho de Administração que está sendo formado e serão substituídos por executivos de mercado.Por trás da iniciativa, está a ordem de retomar o ritmo de crescimento. O próprio Guerra, que iniciou o Giraffas em 1981, fritando hambúrgueres com a ajuda de um amigo, admite que a empresa entrou em um período de acomodação. "Sócio não tem de bater meta. Por isso, vamos mudar a gestão", afirma ele, que passará o bastão da empresa para o filho Alexandre, de 32 anos. Ele ficará responsável por selecionar a nova equipe até o fim do ano.Em 2010, o Giraffas via seu faturamento crescer quase 30% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2012, na comparação com o ano passado, o avanço foi bem mais modesto - de 11%, apesar do ritmo acelerado de abertura de lojas. A empresa, que tem atualmente 383 restaurantes, fechará o ano com 414 unidades. A previsão é que a rede termine 2012 com faturamento de R$ 720 milhões.Alexandre, hoje diretor financeiro da empresa, assumirá de fato a gestão em 2013. No entanto, ele já comandou contratações recentes de novos executivos para as áreas de RH e suprimentos. Hoje, as franquias do Giraffas empregam 10,7 mil pessoas. O novo presidente sabe que a rápida expansão do número de lojas comprometeu a qualidade do atendimento. "A ordem agora é focar em treinamento. O pessoal ficou mais caro, mas está menos produtivo", explica.O movimento do Giraffas espelha uma estratégia já adotada por outras redes de comida barata no Brasil. O Bob's, o Spoleto e o Habib's já profissionalizaram total ou parcialmente o corpo de executivos. Segundo o consultor em franquias Marcelo Cherto, trata-se de um movimento de sobrevivência. "Essas empresas precisam sair do improviso, do esforço heroico do fundador, e adotar planos e processos."No caso do Giraffas, a própria estrutura da empresa terá de ser reconstruída. A consultoria paranaense BMK, especializada em transição de empresas familiares, ainda vai montar o estatuto do Conselho de Administração, além de trabalhar com os atuais executivos a migração da área operacional para a estratégica.Apesar de sair do comando do negócio, o fundador do Giraffas não vai deixar totalmente o dia a dia. Ele continuará a responder pela operação americana da rede, que hoje tem duas lojas, com a previsão da abertura de outras três até o fim do ano.O projeto, no entanto, prevê um investimento de R$ 35 milhões para um total de 35 lojas até 2015. Como o dinheiro da empreitada nos Estados Unidos saiu de uma "vaquinha" entre os sócios, Carlos Alexandre resolveu cuidar pessoalmente da expansão internacional. Nova marca. Enquanto isso, Alexandre vai ampliar o leque de marcas da empresa. Em maio, a empresa abriu a unidade de testes do projeto Tostex, no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. A marca foi comprada de uma pequena empresa e posteriormente adaptada à estratégia de preços do Giraffas.A Tostex vende itens de café da manhã e refeições leves. A ideia é expandir a marca para todo o País. Emulando a estratégia de O Boticário, o Giraffas dará prioridade a seus principais franqueados na abertura de unidades da rede Tostex. A meta é chegar a 200 lojas até 2020.

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