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GM admite rever 700 demissões

Por Agencia Estado
Atualização:

A General Motors admitiu nesta sexta-feira rever 700 das 808 demissões que pretendia fazer neste mês na fábrica de São Caetano do Sul. De acordo com proposta apresentada ao Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa não manteria os 108 funcionários que têm contratos temporários com vencimento nos próximos dias. Para os demais, propôs programa que inclui a utilização do banco de horas (jornada reduzida com compensação futura) e adoção do lay-off (dispensa temporária com pagamento de 80% do salário) a partir de setembro. A montadora também abriria novo programa de demissões voluntárias (PDV), além de deixar em casa todos os funcionários que têm férias vencidas. As medidas seriam para compensar o fim do segundo turno, em que operam 1,65 mil trabalhadores. Nota O vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, em nota divulgada hoje, informou que a empresa está se esforçando para buscar alternativas para atenuar os efeitos da programada redução de pessoal com o objetivo de adequar os níveis de produção à demanda do mercado. Segundo o executivo, a decisão também é "em atenção aos pedidos do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, do ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva". Eles solicitaram à direção da GM que não promova demissões. Pinheiro Neto ressaltou, entretanto, a necessidade de a empresa manter-se competitiva em um mercado tão concorrencial. A proposta apresentada hoje ficou de ser avaliada pelo trabalhadores. Na terça-feira haverá nova reunião com a empresa. Em assembléia, os trabalhadores suspenderam a greve prevista para segunda-feira. O vice-presidente do sindicato, Agamenon Alves, disse discordar de alguns itens, como a dispensa dos temporários e o lay-off. O sindicalista quer que a empresa adote o banco de horas durante quatro meses, e não por três semanas, como o proposto. "Com essa medida não seria preciso lay-off." Agamenon acredita entretanto, que será possível encontrar uma solução para o impasse. As férias coletivas entre dias 29 de julho e 7 de agosto estão mantida. Corsa Agamenon disse que a GM estuda a transferência de parte da produção do Corsa para a Argentina. Já o representante da Cipa, Turíbio Liberato, acha que a intenção é tirar esse modelo da linha do ABC e concentrá-lo na filial argentina. Segundo ele, a manutenção dessa linha no Brasil garantiria os empregos hoje ameaçados. A GM não comentou o assunto. Segundo Liberato, a produção atual prevista é de 24 modelos Corsa por hora, oito Astra e três Vectra. Um novo carro entrará em linha daqui a alguns meses.

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