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GM dos EUA leva mais um ''''brasileiro''''

Ray Young, presidente da GM no País, será vice-presidente global de finanças

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Mais um executivo da General Motors do Brasil foi escalado para ajudar a matriz a tentar escapar da pior crise de sua história - a empresa perdeu o posto de maior do mundo para a Toyota e fechará 13 fábricas nos Estados Unidos. Ray Young, que estava no comando da filial desde 2004, vai ocupar a vice-presidência de Finanças na sede da empresa, em Detroit. Em seu lugar, assumirá no dia 1º o colombiano Jaime Ardila, 52 anos, atual vice-presidente para a América Latina, África e Oriente Médio (Laam). Dos cinco executivos que presidiram a GM do Brasil nos últimos 17 anos, Young é o quarto a ir para o alto comando. Rick Wagoner, presidente mundial, chefiou a unidade entre 1990 e parte de 1992. Frederick Henderson, a quem Young se reportará, é o principal homem na área de finanças e esteve no País de 1997 a 2000. Mark Hogan, presidente de 1992 a 1997 também saiu daqui direto para a matriz e hoje preside a autopeça Magna. Walter Wieland, no cargo até 2003, aposentou-se. No comunicado divulgado ontem nos EUA a matriz não informou os motivos da convocação, já esperada há alguns meses. Esse pode ser o primeiro passo para Young, de 45 anos, assumir o comando da GM futuramente. ''''Acho que o próximo passo pode ser a presidência'''', opina o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças), Paulo Butori. Desde sua chegada ao País, Young sabia que uma boa administração o levaria a melhores postos. Ele veio com a missão dada por Wagoner de tirar a empresa do vermelho, objetivo alcançado em 2006, após oito anos de prejuízos da filial, a terceira maior operação do grupo. O resultado isolado do Brasil não é revelado, mas o País responde por 40% das vendas da Laam, que em 2006 teve lucro de US$ 533 milhões. Neste ano, até o primeiro semestre os resultados continuam positivos, com ganho de US$ 413 milhões. ESTILO INFORMAL Filho de chineses nascido no Canadá que já trabalhou como jardineiro de cemitério, Young introduziu estilo informal e extrovertido de administrar. Especialista em finanças, impôs programa de corte de custos e vendas mais rentáveis, sem medidas drásticas como as adotadas na matriz. Aprendeu o idioma português poucos meses após sua chegada e mantinha contatos freqüentes com os funcionários das fábricas. Em várias ocasiões, protagonizou momentos descontraídos, como o do Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2004, quando dançou rock durante a apresentação dos carros da marca à imprensa de todo o País. Naquele ano, a GM conseguiu pela primeira e única vez em mais de 80 anos liderar o mercado nacional. Na comemoração, ele apareceu como mestre-sala de uma escola de samba. ''''Foi um dos melhores presidentes de montadora no período'''', atesta Butori. ''''Foi muito competente, democrático e, embora não aceitasse tudo o que nós queríamos, sempre manteve diálogo e soube ouvir.'''' Para Rodrigo Ronzela, gerente da autopeça Takata, ''''por competência própria e também pelo mercado aquecido, ele conseguiu reverter a situação de prejuízos acumulados nos últimos anos e consolidou a posição da GM no mercado brasileiro com lançamento de carros que alcançaram sucesso.'''' Formado em economia e com MBA em finanças,Young entrou para a GM em 1986 como analista financeiro. Em 20 anos, passou por vários cargos nas unidades do Canadá, EUA, Europa e Japão. O convite de Wagoner para trabalhar no Brasil foi feito em setembro de 2003. ''''Nem pedi tempo para pensar, aceitei na hora'''', contou Young, que sabia da fama do Brasil de formar executivos. O sucessor Ardila trabalha na GM desde 1984 e já ocupou cargos na empresa em Nova York, Europa e México. EXPORTADOS DO BRASIL Rick Wagoner: É o atual presidente mundial da GM. Presidiu a filial brasileira por 2 anos e hoje luta para tirar a companhia de uma grave crise que a obrigará a fechar 13 fábricas nos EUA Frederick Henderson: Presidiu a subsidiária brasileira da GM entre 1997 e 2000 e atualmente é o diretor global de finanças, o segundo posto mais importante na hierarquia do grupo. Mark Hogan: Esteve à frente da GM brasileira de 1992 a 1997 e, antes de deixar o grupo, exerceu alto cargo na matriz. Hoje, é presidente da Magna, de autopeças.

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