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GM faz acordo para venda da Opel

Fabricante de autopeças Magna deve assumir controle da subsidiária europeia da montadora americana

Por BERLIM E WASHINGTON
Atualização:

A General Motors fechou ontem um acordo preliminar com a fabricante de autopeças Magna para a venda de sua subsidiária europeia Opel. A Fiat, que também estava na disputa, abandonou ontem as negociações, depois que foi pedido um aporte adicional imediato de 300 milhões para que a Opel continue operando. O acordo entre a GM e a Magna precisa ser aceito pelo governo alemão, que está disposto a liberar um empréstimo-ponte de até 1,5 bilhão para que a companhia continue operando. A oferta inicial que a Magna fez pela Opel prevê um investimento próprio e do banco russo Sberbank de 700 milhões, dos quais uma parte seria garantida pelo próprio governo alemão. Pelo que se conhece de seus planos, a Magna pretende cortar cerca de 10 mil postos de trabalho, no total de 52 mil que a Opel tem em vários países europeus, dos quais 25 mil correspondem às fábricas alemãs. A direção da GM e o governo alemão tentam de qualquer forma decidir a situação da Opel antes que a montadora americana entre com seu pedido de concordata, que é esperado para segunda-feira, quando vence o prazo dado pelo governo americano para a GM fechar acordo com todos os seus credores. Nos últimos dias, a montadora fechou acordo com detentores de títulos da empresa e com os empregados. Esses acordos, no entanto, não devem evitar a concordata. Ontem, o sindicato United Auto Workers (UAW), que reúne os trabalhadores da indústria automotiva, anunciou que seus integrantes aprovaram, com 74% dos votos, o novo acordo trabalhista com a GM, permitindo à montadora superar um grande obstáculo para seu plano de reestruturação. O acordo cobre 54 mil trabalhadores da GM em 46 fábricas nos EUA. Segundo o presidente do UAW, Ron Gettelfinger, o acordo dá ao fundo de pensão independente dos aposentados da GM uma participação de 17,5% na empresa, além de garantias para mais 2,5%. A GM informou também que espera manter a produção de veículos em oito fábricas de montagem e outras de peças e estamparia na América do Norte, mesmo se pedir concordata. Assim, a GM continuaria sendo capaz de obter receita em sua operação principal e ajudaria a fornecer um pouco de estabilidade para os fabricantes de autopeças. O movimento representa uma mudança em relação ao fechamento completo que a Chrysler implementou em suas fábricas quando entrou em concordata, no início deste mês. A GM informou que será capaz de manter a produção em uma quantidade limitada de fábricas porque fez um pagamento antecipado aos fornecedores nesta semana, em vez de esperar até o dia 2 de junho, quando as contas já teriam vencido. SINAIS ENCORAJADORES O governo dos Estados Unidos observou ontem que há "sinais encorajadores" no processo de reestruturação da GM para torná-la uma companhia viável, mas não quis fazer comentários sobre o que os próximos dias guardam para a companhia. "O presidente Barack Obama está satisfeito, independente do que acontecer até o fim do prazo", disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca. "O presidente obviamente vai observar o que acontecer nos próximos dias e terá alguma coisa para dizer sobre isso na próxima semana", acrescentou. O processo de reestruturação deverá dar ao governo uma fatia de 72,5% na nova empresa, que, em troca, receberá outros US$ 50 bilhões em empréstimos federais. Gibbs disse que a Chrysler, que pode emergir da concordata em breve, é um bom exemplo para a GM. O porta-voz também reiterou as garantias do governo de que o presidente Obama não quer controlar ou administrar empresas privadas. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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