PUBLICIDADE

GM notificada pela demora no recall

Promotor da Justiça Criminal de São Paulo deve enviar ao Decap pedido de abertura de inquéirito contra a GM pela demora na realização do recall. Diretores da empresa podem ser ter sua prisão decretada.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Promotoria da Justiça Criminal de São Paulo envia hoje ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) pedido de abertura de inquérito policial para apurar porque a General Motors demorou em realizar o recall para conserto do suporte dos cintos de segurança de 1,3 milhão de veículos Corsa e Tigra. Se ficar comprovada a responsabilidade de executivos e funcionários, a pena pode variar de 6 meses a 2 anos de prisão e multa em valor a ser definido pela Justiça. O promotor José Tarcísio Buffo disse que a lei exige a comunicação, de imediato, sobre a "periculosidade de um produto". O recall foi anunciado pela empresa no dia 16, mais de um ano após o registro do primeiro acidente em que o cinto se soltou durante capotamento envolvendo uma picape Corsa e o ocupante morreu. A GM alega que levou vários meses para identificar o problema e desenvolver uma peça de fixação do suporte do cinto. "Há indícios de que houve demora em avisar os consumidores", afirmou Buffo. A peça, desenvolvida em conjunto pela GM brasileira e pela subsidiária alemã, começou a ser instalada em todos os modelos produzidos entre 1994 e 1999 no dia 17. O diretor do Decap, Gerson Carvalho, deve enviar o processo a uma delegacia de São Paulo. Durante o inquérito - sem prazo para ser concluído -, deverão ser chamados para depor diretores da GM e pessoas que envolvidas em acidentes. Depois de concluído o processo, o Ministério Público Estadual deverá propor uma ação penal ou o arquivamento, se nada ficar comprovado. GM é processada também pelo Ministério Público e pelo Procon A direção da GM não comentou o assunto ontem porque ainda não foi notificada. Paralelamente à ação criminal, o Procon de São Paulo e o Ministério da Justiça estão analisando a razão e a forma com que o recall, o maior do País, está sendo realizado. A Câmara dos Deputados também pretende ouvir o presidente da GM, Walter Wieland. O Procon também pediu explicações à Fiat sobre o recall feito na semana passada para instalação de suporte no cinto de segurança de 320 mil modelos Palio fabricados a partir de maio de 1998.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.