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GM pede ajuda de US$ 6 bilhões fora dos EUA

Grupo negocia com países como Suécia, Tailândia e Reino Unido

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Além dos US$ 30 bilhões em ajuda pedidos ao governo americano no plano de reestruturação apresentado na terça-feira, a General Motors negocia mais US$ 6 bilhões em outros países. A empresa busca ajuda financeira dos governos da Alemanha, Reino Unido, Suécia, Canadá, Tailândia e Coreia do Sul. Mas não será fácil ter acesso a esses recursos. O governo da Tailândia já indicou neste mês que não ajudará a unidade da GM no país. "Eu reconheço as dificuldades que o setor enfrenta, mas nosso plano no momento é o de não conceder assistência específica para companhias individuais", disse recentemente o primeiro-ministro tailandês. A unidade tailandesa da montadora quer ajuda para financiar um projeto de US$ 429 milhões no país. O governo da Coreia do Sul, por sua vez, reiterou ontem que não dará assistência financeira à unidade da GM no país, a GM Daewoo. Em seu plano de viabilidade apresentado ontem nos EUA, a montadora de Detroit disse que pretende economizar US$ 1,2 bilhão em suas operações na Europa e que a expansão na Ásia não terá continuidade sem a ajuda dos governos e de outras partes. O grupo suspendeu os trabalhos de expansão em duas fábricas na Tailândia indefinidamente e disse que o crescimento das operações na Índia não é mais autofinanciável. Segundo a GM, 26 mil dos 47 mil cortes de empregos planejados ocorrerão fora dos EUA. A montadora alertou para o possível fechamento ou cisão de fábricas em locais de alto custo na Europa. A GM disse ainda que está reestruturando sua rede de vendas regional e afirmou que uma estratégia sustentável na Europa "pode incluir parcerias" com o governo alemão e outros países. A GM informou também que sua unidade deficitária Saab Automobile pode pedir concordata ainda neste mês, enquanto busca um comprador, uma decisão que depende do apoio do governo sueco, mas que o objetivo é que a marca se torne uma entidade independente até o fim do ano. A divisão do grupo na Europa assinalou ontem estar aberta a vender uma fatia ou a formar aliança estratégica com uma parceira. Também disseque entrará imediatamente em negociações com representantes trabalhistas sobre um programa de reestruturação. O objetivo é construir uma base financeira sustentável para a operação. Em comunicado conjunto, os dois lados disseram que estudarão as possibilidades para que demissões e fechamentos de fábricas sejam evitados. A GM prevê que as vendas do setor na Europa caiam de 22 milhões de unidades no ano passado para 18,4 milhões este ano. Mas o declínio pode ser maior, para 16,9 milhões de unidades. A única região na qual as vendas deverão crescer, segundo a GM, é a América Latina. BRASIL A região chamada de Laam (América Latina, África e Oriente Médio) é a única não citada no plano de cortes de 26 mil funcionários das filiais fora dos EUA. Não significa, porém, que não haverá mudanças no quadro de pessoal local. A GM do Brasil não deve renovar 1,6 mil contratos de funcionários temporários que vencem até março na fábrica de São Caetano. O Brasil é o principal mercado da Laam, com 40% das vendas. Enquanto as operações da matriz estão deficitárias, a filial deve completar três anos seguidos de lucro - desde 2006. O balanço deste ano será divulgado nos próximos dias, mas o presidente da GM do Brasil, Jaime Ardila, já adiantou que a região segue no azul.

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