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GM pode demitir 819 pessoas no ABC

Empresa informou ao sindicato a intenção de dispensar pessoal que está em lay-off; Mercedes-Benz tem planos de fazer 500 cortes

Por Igor Gadelha e
Atualização:

A General Motors pretende demitir os 819 metalúrgicos que deveriam voltar do lay-off (suspensão temporária dos contratos) em 9 de junho e colocar em férias coletivas os cerca de 6 mil trabalhadores da linha de produção da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista.Outra montadora da região, a Mercedes-Benz, também anunciou que vai dispensar, até o fim do mês, 500 trabalhadores que estão em lay-off há um ano na fábrica de São Bernardo do Campo. Se os cortes forem efetivados, 1.319 vagas serão fechadas nas próximas semanas só nas duas fábricas da região.Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, em reunião ontem com a direção da GM não houve acordo para evitar os cortes. As partes voltam a se encontrar na terça-feira. A empresa não se pronunciou sobre o assunto.No caso da Mercedes, haverá nova reunião na tentativa de um acerto na segunda-feira. Essa é a segunda tentativa da montadora em demitir esse pessoal. Da outra vez, em abril, os funcionários entraram em greve e o corte foi suspenso. A empresa abriu um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para tentar atrair esse pessoal, mas houve poucas adesões.No dia 1.º de junho, todos os 7 mil trabalhadores da produção da Mercedes entrarão em férias coletivas por cerca de 15 dias. Somando pessoal administrativo, a empresa tem 10,5 mil pessoas no ABC e afirma ter 1.750 trabalhadores excedentes, além dos 500 que devem sair.Segundo Silva, a proposta da GM é para que as férias coletivas comecem no dia 8 ou 15 de junho e durem de 16 a 20 dias. "Estamos negociando com a empresa para ver se ela troca essas férias por day-off, quando os funcionários ficam em casa durante alguns dias da semana, mas recebem salário integral, sem prejuízo nas férias".Caso as demissões se confirmem, será o segundo corte realizado pela GM em São Caetano em pouco mais de um mês. No dia 8 de maio, a montadora demitiu 150 metalúrgicos.Na fábrica, que emprega ao todo 11 mil pessoas, incluindo os administrativos, há outros 900 operários em lay-off desde segunda-feira, com volta prevista para outubro. Na filial de São José dos Campos (SP) há 798 trabalhadores em lay-off.Guarani. A Iveco, empresa do grupo Fiat, pode paralisar temporariamente as atividades da fábrica de Sete Lagoas (MG) que produz o veículo blindado Guarani para o Exército. A unidade emprega 300 trabalhadores diretos, mas há outros 1,2 mil indiretos envolvidos na atividade.A empresa informou que depende da definição de encomendas do Exército para manter as atividades. Os cerca de 35 blindados encomendados até o momento já foram entregues.A definição do que fazer com os empregados será negociada com o Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, informou a empresa. A fábrica foi inaugurada há dois anos e tem capacidade para 120 blindados por ano.No mesmo complexo funciona a fábrica de caminhões da marca, que tem 200 empregados - de um total de 3,5 mil - trabalhando apenas três dias por semana desde abril.As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 19,2% no primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2014.

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