Publicidade

GM: Polícia vai investigar recall

A demora em convocar o recall dos veículos Corsa e Tigra vai render um inquérito policial à GM. A Promotoria da Justiça Criminal enviará ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) um pedido de investigação do caso.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Promotoria da Justiça Criminal de São Paulo enviará amanhã Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) um pedido de instauração de inquérito policial para averiguar porque a General Motors do Brasil demorou em convocar o recall para conserto do suporte dos cintos de segurança de 1,3 milhão de veículos Corsa e Tigra. Se ficar comprovada a responsabilidade de executivos e funcionários da empresa, a pena pode variar de seis meses a dois anos de detenção e multa em valor a ser estipulado pela Justiça. O promotor José Tarcísio Buffo disse que a lei exige a comunicação, de imediato, sobre a "periculosidade de um produto". O recall foi anunciado pela montadora na segunda-feira da semana passada, mais de um ano após a ocorrência do primeiro acidente em que o cinto desprendeu-se durante um capotamento envolvendo uma picape Corsa e o motorista morreu. A GM alega que levou vários meses para identificar o problema e desenvolver uma peça para reforçar o suporte dos cintos. A peça, desenvolvida em conjunto pela GM brasileira e pela subsidiária alemã, começou a ser instalada em todos os modelos produzidos entre 1994 e 1999 no dia 17. O primeiro acidente com vítima ocorreu em abril do ano passado. Desde então, foram notificados 25 acidentes em que os cintos se soltaram ou o suporte apresentou trincas. Em julho deste ano, outra pessoa morreu, também após capotamento de uma picape Corsa. Direção da GM deverá depor na Polícia Civil O diretor do Decap, Gerson Carvalho, deverá encaminhar o processo a uma delegacia de São Paulo. Durante o inquérito, deverão ser chamados para depor os diretores da GM e pessoas que possam ter-se envolvido em acidentes. Serão feitas perícias e, depois de concluído o processo, o Ministério Público Estadual, órgão ao qual está vinculada a Promotoria da Justiça, deverá propor uma ação penal ou o arquivamento da ação, se nada ficar comprovado. A direção da montadora disse que não comentaria o assunto porque ainda não foi notificada. Paralelamente à ação criminal, o Procon de São Paulo e o Ministério da Justiça estão analisando os motivos e a forma com que esse recall, o maior ocorrido no Brasil, está sendo realizado. A Câmara dos Deputados também pretende ouvir explicações do presidente da GM, Walter Wieland. Fiat O Procon também encaminhou à Fiat pedido de esclarecimentos sobre a ação preventiva que a empresa anunciou na semana passada para instalação de peça de suporte do cinto de segurança de 320 mil modelos Palio. O recall da Fiat começa no dia 6 de novembro e envolve as versões 1.0 do Palio, Weekend e Siena e a picape Strada produzidos a partir de maio de 1998. Veja na matéria abaixo que o ministério da Justiça também está movendo um processo administrativo contra a GM, por causa do recall.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.