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GM será terceira maior falência da história dos EUA

Maior montadora americana será reestruturada e 60% da empresa ficarão a cargo do governo

Por EFE
Atualização:

A General Motors, um dos pilares da indústria americana e a maior montadora de automóveis do país, decretará sua concordata nesta segunda-feira, 1º, o que supõe a terceira maior quebra da história do país, atrás apenas do banco Lehman Brothers e da empresa de telecomunicações WorldCom.

 

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A empresa enfrenta problemas desde 2007, quando registrou o pior prejuízo de sua história até então, US$ 38,7 bilhões. No ano passado, registrou novo prejuízo, de US$ 30,9 bilhões, pediu ajuda de mais de US$ 30 bilhões ao governo americano e perdeu, pela primeira vez desde 1930, deixou o posto de maior montadora do mundo para a japonesa Toyota.

 

No início deste ano, a empresa recebeu parte dos US$ 13,4 bilhões aprovados pelo governo e teria de apresentar um plano de reestruturação. Posteriormente, anunciou 10 mil demissões, fechamento de cinco fábricas e de mais de mil concessionárias e passou a vender, negociar, ou ver a falência de suas marcas.

 

Em abril, a GM anunciou o plano de troca de ações dos acionistas. Posteriormente, recebeu mais US$ 4 bilhões de ajuda do governo e os credores aceitaram a oferta de trocar de dívidas por ações - terão 25% de participação. A Opel, braço europeu da montadora, foi negociado, e marcas como Pontiac, Hummer e Saturn serão vendidas.

 

De acordo com o novo plano da General Motors, o governo americano, que vai liberar mais US$ 8,8 bilhões, deve ficar 60% da empresa. Os governos do Canadá e da província canadense de Ontário, que vão emprestar cerca de US$ 9,5 bilhões para a GM, vão controlar coletivamente 12% da montadora. O restante ficará com o sindicato que representa os funcionários (United Auto Workers, UAW) e com os detentores de títulos.

 

Falências

 

Desde o agravamento da crise, empresas de grande porte e fundamentais para a economia americana enfrentaram problemas e chegaram à falência. Ordenadas em um ranking de acordo com os ativos das empresas e dos grupos, as cinco maiores quebras que já ocorreram nos Estados Unidos são:

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- Lehman Brothers Holdings: Em 15 de setembro de 2008, o banco de inversões Lehman Brothers, o quarto maior dos EUA, solicitou a proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências americana, com um dívida de US$ 613 milhões e ativos de US$ 639 milhões (posteriormente elevados a US$ 691 milhões).

 

- WorldCom Inc.: Em 21 de julho de 2002, a WorldCom se declarou em falência após protagonizar um grande escândalo quando admitiu ter cometido "erros" de contabilidade no valor de US$ 7.68 milhões. Os ativos da empresa, até então a número dois em telecomunicações atrás apenas da AT&T, somavam quase US$ 104 milhões de dólares e sua dívida, mais de US$ 30 milhões.

 

- General Motors: Depois de negociações falidas com os credores para trocar a dívida de US$ 27 milhões da empresa por ações, a GM teve que se declarar em falência no dia 1º de junho de 2009, com ativos de US$ 91 milhões de dólares. A nova companhia que surge depois da quebra será controlada pelo Tesouro americano, que desembolsará inicialmente mais de US$ 309 milhões.

 

- Enron Corp: Em 2 de dezembro de 2001, a maior companhia de compra e venta de eletricidade e gás natural apresentou pedido de concordata depois que seus diretores foram condenados por fraudes. A empresa, então avaliada em US$ 65.5 milhões, emergiu da quebra em 2004.

 

- Conseco Inc: A financeira e seguradora Conseco pediu, em 17 de dezembro de 2002, a proteção da Lei de Falências com uma dívida de US$ 6,5 milhões. Com sede em Carmel, no estado de Indiana, estava avaliada por seus ativos em mais de US$ 61 milhões.

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