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GM vende a marca Saab para a sueca Koenigsegg

É a quarta marca da qual a empresa americana se desfaz, depois da Opel, da Hummer e da Saturn

Por David Jolly
Atualização:

A General Motors chegou a um acordo para a venda da sua unidade sueca, a Saab Automobile, para um consórcio liderado pela empresa sueca de carros esportivos Koenigsegg Automotive. A finalização do acordo depende de financiamento de US$600 milhões do Banco de Investimento Europeu, que será garantido pelo governo sueco. Não foram divulgados mais detalhes financeiros da venda, que deve ser concluída no terceiro trimestre deste ano. No ano passado, a Saab vendeu 93 mil carros, mas há anos não tem registrado lucros. Com uma clientela pequena, mas fiel, concentrada na Suécia, Grã-Bretanha e no nordeste americano, é uma empresa muito pequena para despertar o interesse das grandes montadoras mundiais . A Koenigsegg, empresa não listada em bolsa, com 45 empregados e sede em Angelholm, Suécia, lança por ano somente alguns "supercarros" - carros esportivos de grande desempenho, cada um custando mais de US$ 1 milhão. A empresa foi fundada por Christian von Koenigsegg e o empresário norueguês Bard Eker, que detém uma participação de 49%. "Estou tentando ver qual é o objetivo desse acordo", disse Phillippe Houchois, que chefia o departamento de pesquisa do setor automotivo europeu do UBS em Londres. "É garantir a sobrevivência da Saab? Salvar empregos? Parece-me uma solução de curto prazo que não vai resolver os problemas essenciais da empresa." Para ele, a Saab é uma companhia pequena demais para dar lucro a longo prazo. Com sua matriz americana em fase de reestruturação e o governo sueco assumindo uma posição mais dura, a Saab entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de fevereiro. A GM também entrou com o mesmo pedido em primeiro de junho. A concordata da GM não abrangeu suas operações europeias, que incluem também a marca britânica Vauxhall e a Opel, agrupadas à Adam Opel, da Alemanha - a GM deve manter uma participação de 35% nessa empresa, que está sendo vendida para a fabricante de autopeças canadense Magna International e o Sberbank, instituição de empréstimos russa, com o apoio do governo alemão. Além da Saab e da Opel, a GM está também vendendo ou eliminando mais três marcas. Há cerca de duas semanas, firmou um acordo provisório para a venda da sua marca Hummer a uma empresa de máquinas chinesa, a Sichuan Tengzhong Heavy Industrial Machinery Co. Na semana passada, fechou contrato de venda da marca Saturn para o Penske Automotive Group, presidido por Roger Penske, 72 anos, uma das maiores concessionárias automotivas dos EUA. E pretende também eliminar a marca Pontiac até 2010. "Este é mais um passo importante na reformulação da GM e suas operações europeias", afirmou, em comunicado, o presidente da GM na Europa, Carl-Peter Forster. Segundo ele, o acordo representa "a maior chance de a Saab se tornar uma empresa mais forte". Segundo a Saab, será necessário um aporte de US$ 1 bilhão para ela levar adiante seus planos de negócios. A empresa já havia obtido US$ 150 milhões da GM em fevereiro.

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