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Gol diz que Varig volta ao lucro em 2008

Último resultado positivo da empresa foi registrado em 1997

Por Alberto Komatsu
Atualização:

A Gol, nova dona da Varig, acredita que sua controlada passe a apresentar lucro a partir do terceiro trimestre de 2008, disse ontem o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior. O último resultado positivo apresentado pela Varig - vendida para a Gol em abril por US$ 320 milhões - foi registrado em 1997. Naquela época, o ganho da empresa foi de R$ 27,8 milhões, segundo a empresa de informações financeiras Economática. A marca Varig permanece com a Gol, mas a empresa que herdou as dívidas e tem ações em bolsa continua em recuperação judicial e mudou o nome para Flex. O presidente da Gol fez a estimativa em Londres, para onde a Varig voltou a voar desde segunda-feira. Lá, Constantino Junior disse que duas possibilidades estão em aberto para o futuro da Gol: reafirmou que pode fechar o capital da companhia e admitiu a hipótese de a Gol ser adquirida por um fundo de participação em empresas (private equity). ''''Estamos considerando todas as possibilidades, discussões estão acontecendo. Podemos tomar uma decisão em breve'''', acrescentou o presidente da Gol. De acordo com ele, a companhia estava confiante de que expandiria os negócios, salientando que a Varig ainda é uma marca de valor no Brasil. A Varig, segundo o executivo, deve retomar sua operação para os Estados Unidos a partir do ano que vem, com vôos para Miami e Nova York. Negocia também, com outras companhias aéreas, acordos para ampliar sua rede de destinos, embora seja cedo para se juntar a uma aliança internacional, acrescentou Constantino Junior. A Varig fazia parte da Star Alliance, pool de companhias internacionais, de onde saiu por causa de seus problemas financeiros. A empresa está usando aviões da Boeing, modelo 767-300, para vôos no mercado internacional, mas negociações preliminares já estão sendo realizadas com a Airbus, que a partir de 2015 deve começar a vender seu novo modelo em desenvolvimento, o A350. Outra alternativa, para a Varig, é a nova aeronave 787 Dreamliner, que também está em fase de final de desenvolvimento. DEBÊNTURES O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig antiga (Flex), tenta marcar uma assembléia de credores da empresa até o final deste ano para dar andamento à amortização de dívidas da empresa. A idéia é votar uma antecipação do resgate de papéis de dívida (debêntures) que a nova Varig (VRG), a parte comprada pela Gol, está disposta a fazer. A emissão poderia ser feita em 10 anos, no valor de R$ 100 milhões, mas a VRG propõe R$ 88 milhões para fazer a antecipação. O problema é que há uma diferença nos valores dos créditos dos trabalhadores que foram listados e que estão sendo contestados. Por isso, o débito terá de ser recalculado, o que põe em risco a realização da assembléia ainda este ano. ''''Vou tentar marcar a assembléia até o final deste ano, mas não sei se consigo'''', afirmou Ayoub. A Varig antiga continua em recuperação judicial com uma dívida de cerca de R$ 7 bilhões. Com a marca Flex, a empresa pretende fazer seu vôo inaugural em dezembro, com um Boeing 737-300. A idéia é iniciar com vôos fretados ou com a rota Rio-Salvador-Recife. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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