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Gol perde R$ 294,3 milhões no terceiro trimestre

Empresa, que está no vermelho há quatro trimestres, atribui prejuízo ao câmbio; no padrão contábil brasileiro, perda é de R$ 474,4 milhões

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Por Redação
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Pelo quarto trimestre consecutivo, a Gol está no vermelho. Entre julho e setembro, a companhia aérea teve prejuízo líquido de R$ 294,3 milhões - segundo o padrão contábil dos Estados Unidos. Pelo padrão brasileiro, a perda foi de R$ 474,4 milhões. O resultado foi provocado principalmente pelos impactos negativos da variação cambial, de R$ 261,8 milhões, e do hedge (proteção) cambial e do hedge de combustível, que somaram R$ 48 milhões. Um ano atrás, no terceiro trimestre de 2007, a empresa estava no azul, com lucro líquido de R$ 45,5 milhões. No segundo trimestre deste ano, o prejuízo líquido havia sido de R$ 216,7 milhões, motivado pelas perdas da Varig, que foi adquirida pela Gol no início de 2007. De acordo com a empresa, a perda com variação cambial do terceiro trimestre deste ano se deve principalmente a dívidas em moeda estrangeira. Entre julho e setembro deste ano, o real se desvalorizou 20% em relação ao dólar, o que ampliou as obrigações em reais da companhia, atreladas à moeda americana. A dívida líquida de curto prazo, que tinha encerrado o segundo trimestre em R$ 429 milhões, fechou o terceiro trimestre em R$ 602,9 milhões, com alta de 40,5%. A dívida líquida de longo prazo, que estava em R$ 979,5 milhões em 30 de junho deste ano, atingiu R$ 988,2 milhões em 30 de setembro, com elevação de 0,9% no período. Ao final de setembro, a Gol operava com 30 aeronaves arrendadas. Os contratos de arrendamento são em dólar e vencem entre 2008 e 2019. As receitas líquidas da empresa atingiram no terceiro trimestre R$ 1,8 bilhão, com um acréscimo de 37,2% na comparação com igual período do ano anterior. Entre julho e setembro, foram transportados 6 milhões de passageiros, um número 8,7% maior comparado ao mesmo trimestre de 2007. Apesar do aumento da receita, o custo operacional de assentos disponíveis por quilômetro voado cresceu 22,4% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2007. Segundo a companhia, o custo operacional aumentou por causa da alta dos preços do combustível, da menor utilização das aeronaves no trimestre e de despesas de manutenção por causa da devolução de aeronaves. Durante o terceiro trimestre deste ano, a taxa de ocupação das aeronaves da empresa foi de 60%, índice 1,2 ponto porcentual menor em relação aos mesmos meses do ano anterior. CONCORRENTE Na semana passada, a TAM divulgou o balanço do terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 112,7 milhões. O resultado é 61,7% menor comparado ao prejuízo da concorrente. No terceiro trimestre do ano passado, a TAM tinha obtido lucro líquido de R$ 48,5 milhões. Assim como a Gol, a TAM atribuiu as perdas do terceiro trimestre às operações de hedge e combustível. A receita líquida do período atingiu R$ 2,89 bilhões, ante R$ 2,06 bilhões no terceiro trimestre de 2007. Mesmo com prejuízo, as empresas mantêm as metas de crescimento rentável para 2008 e 2009.

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