O banco de investimentos Goldman Sachs elevou a recomendação para os títulos da dívida da Argentina e do Equador para 1% "overweight" (peso acima da média) na carteira recomendada para mercados emergentes. Antes, a recomendação da Argentina era "underweight" (peso abaixo da média) e a do Equador, "market weight" (na média). Na revisão da carteira recomendada, o banco decidiu rebaixar os títulos da dívida da Venezuela de "market weight" para 3,5% "underweight". Em nota divulgada para clientes, o Goldman Sachs informou que elevou a recomendação da Argentina porque acredita que haverá um "rally" (alta forte) nos preços dos títulos da dívida argentina se o ex-presidente Carlos Menem vencer as eleições presidenciais, marcadas para este mês. De acordo com as pesquisas de opiniões, a corrida presidencial permanece acirrada, com um empate técnico no primeiro turno entre quatro candidatos, incluindo Menem. "Mas a percepção geral, como também indicado pelas pesquisas, é que Menem deverá se tornar o novo presidente", disse a nota do Goldman Sachs. "Isso tem contribuído para atual estabilização financeira e recuperação econômica, pois Menem é visto como um candidato que perseguirá políticas macroeconômicas sólidas e ´market friendly´", acrescentou a nota. A elevação da recomendação da dívida do Equador para "overweight" baseia-se na percepção de que a aprovação de um acordo "stand-by" com o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá abrir as portas para acesso a financiamento adicional pelo país. A primeira revisão do programa do Equador com o FMI, a qual estará condicionado a liberação da segunda tranche do programa, acontecerá em maio próximo. Os analistas do Goldman Sachs esperam que o Equador atinja as metas estabelecidas pelo Fundo, daí a elevação da recomendação da dívida do país. Já o rebaixamento da Venezuela reflete a preocupação com a capacidade do país de poder pagar a sua dívida num contexto de provável queda nos preços do petróleo nos próximos meses e também de contração da atividade econômica. Não ajudaram também nesse cenário as declarações do presidente Hugo Chavez de que o fardo da dívida do país era pesado e que a dívida precisaria ser reestruturada, embora o governo tenha esclarecido posteriormente que não estava considerando uma moratória ou reestruturação forçada da dívida. Brasil As precupações do mercado continuam sobre a capacidade do governo venezuelano de cumprir com o serviço da sua dívida. O banco de investimentos Goldman Sachs manteve a sua recomendação para a dívida do Brasil em 1% "overweight". Os analistas do banco disseram continuar positivos em relação "à direção e à postura quanto às políticas econômicas e às reformas perseguidas pelo governo do PT". Segundo eles, quaisquer avanços nas reformas deverão deflagrar maior queda nos "spreads" dos títulos da dívida brasileira.