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Goldman Sachs rebaixa recomendação da dívida do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O Goldman Sachs rebaixou sua recomendação sobre a dívida do Brasil de "marketweight" (média do mercado) para "underweight" (abaixo da média do mercado), citando a crescente probabilidade de vitória de Lula nas eleições presidenciais. Em relatório sobre estratégias de mercados emergentes divulgado ontem, o banco de investimento dos EUA disse que agora avalia que há uma probabilidade de 55% de que Lula vença. "Essa vitória provavelmente será associada com um teste quase imediato do presidente eleito pelos mercados financeiros", escreveu o Goldman. De acordo com a instituição, o rebaixamento da recomendação do Brasil em carteira para dívida de mercados emergentes ocorreu na terça-feira, após o País ter permanecido com a classificação de "marketweight" (média do mercado) por um mês. "O declínio para os mercados financeiros brasileiros será particularmente severo se Lula demorar a formar um ministério forte e se não anunciar políticas de credibilidade imediatamente após as eleições. Há um risco de que o FMI não conclua a primeira revisão em novembro deste ano, disparando uma profunda crise financeira", escreveu o Goldman. O dólar bateu recordes históricos do Plano Real e os spreads de bônus soberanos avançaram mais de dois mil pontos base em relação ao Tesouro dos EUA novamente esta semana, à medida que as pressões se intensificarm diante das eleições. O Goldman Sachs alertou que o fracasso em concluir a revisão do FMI em novembro poderia tornar "difícil para que o governo continue a rolar os grandes vencimentos de dívida doméstica em 2003." O Brasil recentemente divulgou que a razão entre dívida e PIB havia saltado para mais de 60% em setembro, impulsionada pela depreciação do real e pelas altas taxas de juros.

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