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Golfo alega ser vítima de "odiosa perseguição"

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Dirceu Antônio de Oliveira Júnior e seu filho Rodrigo não concederam entrevista ao Estado para esclarecer os pontos abordados na reportagem. Numa carta ao jornal, em resposta a perguntas enviadas à sua Assessoria de Imprensa, a Golfo Brasil Petróleo, cadastrada no nome da mulher e dos filhos de Dirceu, afirma estar sendo vítima de "odiosa e implacável perseguição comercial e política". Segundo a carta, rubricada de forma ilegível, "essa perseguição deu-se quando a empresa demonstrou interesse em participar do mercado de formulação de combustíveis (...), que traz uma série de vantagens ao consumidor". A Golfo lembra ter sido "completamente investigada no âmbito da CPI dos Combustíveis, a partir de diversas denúncias (inclusive apócrifas), e o seu relatório final não aponta qualquer prova ou indício de irregularidade contra a empresa, isentando-a de qualquer ação legal contra o Ministério Público ou o Judiciário". A carta reconhece que Dirceu foi dono da Granel entre outubro de 1999 e setembro de 2001, tendo sido sócio do deputado Paulo Lima (PMDB-SP). Garante, ainda, que a Golfo e a Fórmula Brasil são empresas distintas. "Ainda assim, tenta-se associar à Golfo ação penal recentemente movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em face de representantes da Fórmula Brasil, o que demonstra, mais uma vez, a perseguição acima citada". Segundo a Assessoria de Imprensa da ANP, o diretor-geral, Sebastião do Rego Barros, continuava em Nova York na sexta-feira, mesmo depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem ele viajou, ter voltado. E, de lá, não poderia dar entrevista. Em nota ao Estado, a agência diz que está "tomando as medidas necessárias para apurar as suspeitas" levantadas pelas gravações. Foi aberta sindicância, presidida por um procurador federal e integrada por dois funcionários da ANP. O eventual retorno do coordenador de Fiscalização, César Ramos Filho, e da assessora da Superintendência de Abastecimento, Cláudia Maia Bandeira, "depende do resultado da sindicância". Segundo a nota, César Ramos "vinha-se desempenhando com eficiência": durante sua gestão, o número de ações de fiscalização passou de 10.022, em 1999, para 26.227, em 2003. "Cláudia Bandeira, que estava como assessora da Superintendência de Abastecimento desde meados de novembro de 2003, desempenhou corretamente as funções que teve na ANP", completa o texto. A Unicamp também mandou suas respostas por escrito. "A responsabilidade da Central Analítica do Instituto de Química da Unicamp limita-se à execução das análises das amostras entregues pela fiscalização da ANP", diz a nota, assinada pelos professores Lauro Tatsuo Kubota e Paulo Mitsuo Imamura, coordenadores da Central. "A amostragem e o transporte do combustível até o laboratório, bem como as interpretações dos resultados das análises, são de inteira responsabilidade da ANP." Paulo e Cláudia Bandeira foram informados de que o Estado queria ouvi-los, mas não fizeram contato com o jornal. A reportagem não conseguiu localizar César Ramos Filho.

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