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Google faz massagista se tornar milionária

Ações dadas em pagamento mudaram a vida de Bonnie Brown

Por Katie Hafner
Atualização:

Em 1999, Bonnie Brown tinha acabado de sair de um divórcio desagradável, estava morando com sua irmã e via diante de si um futuro incerto. Por brincadeira, respondeu a um anúncio que pedia uma massagista para o Google, então uma firma iniciante do Vale do Silício com 40 funcionários. Foi-lhe oferecido um emprego de meio período com salário inicial de US$ 450 por semana e que incluía um pilha de opções de ações do Google que, segundo ela imaginou, nunca valeriam um tostão. Depois de cinco anos massageando as costas dos engenheiros, Bonnie se aposentou, convertendo em dinheiro grande parte das suas opções de ações que, então, valiam milhões de dólares. E, para sua grande satisfação, as ações que ela reteve continuam a subir de valor. "Estou contente por ter reservado ações suficientes para os dias difíceis, e ultimamente está jorrando dinheiro", disse Bonnie, de 52 anos, que agora mora numa casa de 280 metros quadrados em Nevada, recebe sua própria massagista ao menos uma vez por semana e tem um instrutor pessoal de Pilates. Ela tem viajado pelo mundo para supervisionar uma fundação beneficente que criou com a riqueza recebida do Google e já escreveu um livro ainda a ser publicado denominado Giigle: How a Got Lucky Massaging Google (algo do tipo "Como Tirei a Sorte Massageando o Google"). Quando as ações do Google ultrapassaram a casa dos US$ 700 na semana passada, antes de voltarem para US$ 664 na sexta-feira, os acionistas externos não eram os únicos que riam à toa. Segundo documentos protocolados na quarta-feira na Securities and Exchange Commission (o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários), os funcionários e ex-funcionários do Google detêm opções que eles podem transformar em dinheiro no valor de US$ 2,1 bilhões. Além disso, os atuais funcionários estão sentados em cima de ações e opções que eles não podem converter em dinheiro imediatamente e que, em conjunto, valem cerca de US$ 4,1 bilhões. Embora ninguém tenha uma contagem oficial dos milionários do Google, estima-se que mil pessoas têm, cada uma delas, mais de US$ 5 milhões em ações do Google decorrente de concessão de ações e opções. Um dos fundadores da empresa, Larry Page, tem ações no valor de US$ 20 bilhões. O outro, Sergey Brin, tem um pouco menos, US$ 19,6 bilhões, segundo a empresa Equilar. Três vice-presidentes do Google - David Drummond, diretor do departamento jurídico; Shona Brown, que comanda as operações com empresas; e Jonathan Rosenberg, responsável pelo gerenciamento de produtos - detêm, juntos, US$ 160 milhões em ações e opções do Google. "É um fenômeno muito raro uma empresa chegar a valer tanto dinheiro tão rapidamente", disse Peter Hero, consultor-sênior da Silicon Valley Community Foundation, que trabalha com indivíduos e empresas no apoio a organizações beneficentes da região. "Durante os surtos de alto crescimento, houve muitas empresas cujos funcionários ganharam muito dinheiro rapidamente, como os casos do Yahoo e Netscape. Mas nenhuma chegou às proporções do Google." De fato, o Google parece ter uma dinâmica própria, com suas ações subindo mesmo quando ações das empresas de tecnologia têm sido fustigadas pela atitude dos investidores. Mas, agora, ficaram para trás os tempos em que pessoas como Bonnie Brown recebiam milhares de opções do Google com o preço de exercício (ou seja, o preço previamente estipulado que os funcionários pagariam para comprar as ações) estabelecido em centavos.

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