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Governador do PR apóia protesto de agricultores

Requião afirmou que o "Brasil e o Paraná só conseguem um preço melhor e um lucro significativo em função de fenômenos climáticos e biológicos"

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que não foi a Brasília participar da reunião dos governadores dos Estados agrícolas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta terça-feira em solenidade em Curitiba que apóia o protesto dos agricultores. O setor pleiteia garantia de preço mínimo à produção, renegociação das dívidas, redução das taxas de juros e uma política cambial que não comprometa a exportação. A afirmação consta de nota publicada no site do governo do Paraná. Segundo Requião, "o governo do Estado deixa claro sua solidariedade ao movimento dos agricultores do Paraná e do Brasil. No mundo inteiro, os países sérios levam a sério a segurança alimentar e subsidia a sua agricultura". Na opinião do governador, a crise da agricultura tem que ser explicada pelo seu processo histórico e se manifesta atualmente pela valorização do real e a conseqüente desvalorização do dólar. "Esse processo se iniciou com a Lei Kandir, a lei da desindustrialização da agricultura brasileira, que desonerou a exportação de grãos. Deixamos de agregar valor a aquilo que produzimos e passamos a nos transformar em apêndice agrícola de países mais desenvolvidos", observou. Preço melhor Ele afirmou que "o Brasil e o Paraná só conseguem um preço melhor e um lucro significativo em função de fenômenos climáticos e biológicos com a agricultura graneleira da Europa e dos Estados Unidos". Requião disse que a agricultura brasileira caminha para intensificação das monoculturas da "soja, milho, trigo e madeira. Perdemos a diversidade e passamos a ser produtores de ração para gado na Europa e nos Estados Unidos. Isso em um país que ainda apresenta em uma parcela considerável da população praticamente passando fome". Cobrança Ao mesmo tempo em que se colocou solidário aos produtores, Requião cobrou das grandes cooperativas a defesa da produção diversificada e da segregação das sementes pelo Porto de Paranaguá. O governador disse que tem se que acabar com a "lenda do transgênico necessário no porto". "No dia 6 de maio, tivemos um recorde de caminhões no Porto de Paranaguá. Desembarcaram 2,8 mil e oitocentos caminhões - 61 deles transgênicos. Queriam misturar os transgênicos em todos os terminais do porto para que o Paraná não pudesse mais apresentar essa qualidade diferencial de soja convencional", disse. "Nós não podemos suportar mais, do ponto de vista da política agrícola e da pecuária, única e exclusivamente a exportação de três ou quatro essências naturais que submetem as necessidades das transnacionais. Fica aqui a solidariedade do governo do Estado aos agricultores brasileiros."

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