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Governador do RS diz que ainda não há perspectiva de pagar 13º salário de servidores

Estado decretou calamidade financeira e sem a aprovação do pacote anunciado anticrise, déficit poderá ser de R$ 8,8 bilhões até 2018

Por Elizabeth Lopes
Atualização:

SÃO PAULO - O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), disse na manhã desta quarta-feira, 23, à Rádio Estadão que é preciso solidariedade e sacrifício, por parte dos servidores e da população do Estado, para superar a atual crise. 

O Estado decretou calamidade financeira e sem a aprovação do pacote anunciado esta semana pelo peemedebista, que prevê a economia de R$ 6,7 bilhões nos próximos quatro anos com medidas de cortes de gastos, o déficit será de R$ 8,8 bilhões até o ano de 2018. Apesar de reiterar os esforços que sua administração vem fazendo para tentar ajustar as contas e pagar o salário do funcionalismo, ele frisou: "Não há perspectiva de fazer pagamento de 13º salário."

Sartori apresentou uma série de medidas para conter a crise financeira do Estado Foto: Agência Brasil

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Na entrevista, Sartori disse que desde 2015 vem mostrando a real situação financeira do Estado "com muita transparência, o que não é muito usual". Pelas suas contas, se isso não fosse feito, o déficit acumulado poderia bater na casa dos R$ 25 bilhões em 2018. 

"Em 45 anos no Estado, só tivemos 7 anos com despesa menor que a receita", destacou, dizendo que o momento exige solidariedade e sacrifício de todos, servidores e população. Ao afirmar que a fase de "desconforto" com o pacote de medidas que propôs à Assembleia Legislativa já está disseminada, ele disse esperar que o próximo governante "não passe pelos mesmos constrangimentos" que ele no tocante às finanças estaduais.

Socorro. Indagado sobre o acordo fechado ontem com o governo federal, que prevê que os Estados terão acesso a R$ 5 bilhões de receitas obtidas este ano com a multa do programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior, Sartori disse que "essa ajuda ainda não é concreta e real, mas apenas um alívio". E cobrou do governo federal ajuda em áreas essenciais, como as social e de segurança. "Defendo política nacional de segurança pública, com um fundo para atender os Estados."

À Rádio Estadão, o governador falou da expectativa de aprovação do pacote de medidas de ajuste, que prevê dentre outras medidas a extinção de 11 órgãos e demissão de até 1,2 mil funcionários. 

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