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Governadora do RS descarta venda do Banrisul ao BB

Segundo Yeda Crusius, a direção do BB, desde janeiro do ano passado, já havia manifestado interesse

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Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, avaliou em entrevista à Agência Estado que o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) triplicou de valor no seu governo e tem todas as condições de crescer nesse novo cenário de concentração bancária provocado pela crise financeira internacional. Apesar do interesse já manifestado pelo Banco do Brasil (BB) em comprar o Banrisul, a governadora descartou a possibilidade de o Estado vender o banco.   Veja também: Banco do Brasil negocia compra de três bancos Presidente do BCE afirma que crise ainda está em andamento Presidente da China diz que pretende cooperar com Obama Saiba os assuntos que serão discutidos no G-20 De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Dicionário da crise    "É muito natural que o BB como banco estatal busque os estatais. Mas, o valor do Banrisul hoje triplicou. É um valor extraordinário pelo processo de desenvolvimento de crédito que o banco tem", disse a governadora. Segundo ela, a direção do BB, desde janeiro do ano passado, já havia manifestado o interesse em comprar o banco do Estado. Segundo pessoas ligadas ao BB, o banco já estaria olhando bancos estaduais, como o Banrisul, e bancos privados pequenos e médios.   O BB reagiu com pressa à perda da liderança entre os maiores bancos brasileiros. Uma semana depois do anúncio da união entre o Itaú e o Unibanco, o BB prepara uma nova rodada de compras. Segundo pessoas ligadas ao banco, a instituição está perto de fechar três aquisições: a Nossa Caixa, pouco menos da metade do capital do banco Votorantim e o modesto Banco do Estado do Piauí (BEP).   "O Banrisul tem todas as condições de não só enfrentar a concorrência como de ganhar espaço. O banco tem um valor de mercado absolutamente diferenciado. Tanto é que o presidente do Banco do Brasil, antes de qualquer crise, mostrou interesse que queria comprar", afirmou. Segundo a governadora, nessa fase de concentração bancária, com a fusão do Itaú e Unibanco, "quem tem que disputar rede é o BB". "Com a fusão, os outros bancos têm que se mexer mesmo. Mas o Banrisul não tem o menor problema. Pelo contrário, ele se preparou", acrescentou.   Yeda destacou que o banco fez no ano passado uma bem-sucedida operação de lançamento de ações (IPO) e tem hoje a conta de todas as prefeituras do Estado. Além disso, afirmou, o Banrisul está saneado e tem um sistema de TI (tecnologia da informação) inovador, que foi determinante para o sucesso do IPO. "Temos um cartão de compra que está presente em qualquer pequena loja do Estado. É tecnologia que os outros bancos estão buscando. Do celular faz qualquer transação", disse.   A governadora ressaltou ainda que o Banrisul é um banco diferente dos outros bancos estaduais. "É claro que ele passa a ser mais valioso do que já era. Não tenho dúvida. Não há nenhuma intenção de vendê-lo. Não é igual aos outros Estados. Não é um banco como no passado foram conhecidos os bancos estatais", afirmou.   Com a perda da liderança do setor no Brasil, o BB, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, vai intensificando as negociações para a aquisição do Banco de Brasília (BRB) e dos bancos estaduais que ainda restam no mercado: Banco do Estado do Pará (Banpará), Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Banrisul.

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