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Governadores pedem mais crédito, mas saem de encontro com Meirelles sem ajuda extra

Segundo o governador de Goiás, 11 entes da Federação afirmam não ter como pagar folha de pagamento nos próximos dias, mas seu Estado não está nessa situação

Por Rachel Gamarski
Atualização:

BRASÍLIA - Os governadores que representam os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste saíram do gabinete do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mais uma vez, sem uma ajuda extra para as contas estaduais. 

Representando o Centro-Oeste, o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que o dirigente da Fazenda apenas se comprometeu a apresentar um cronograma de pagamento do Fundo de Apoio às Exportações (FEX). "Ele disse que passa no início da semana caso esteja na programação", disse o governador.

Perilloafirmou que Meirellesapenas se comprometeu a apresentar um cronograma de pagamento do Fundo de Apoio às Exportações Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Durante o encontro, os governadores pediram ainda mais crédito. Segundo Perillo, Meirelles afirmou que isso é possível para os Estados que têm o rating do Tesouro entre B, B+ ou B-. Mas não disse quanto está disponível.

Questionado sobre quem dará uma resposta sobre o pedido de auxílio emergencial aos entes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o governador afirmou que essa missão ficará com o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, já que Meirelles irá para a China. Há 10 dias, os governadores se reuniram com o governo para pleitear uma ajuda maior e a União ficou de analisar o pleito em 15 dias. "Antecipação ou uma parcela a mais do fundo de participação, eles ficaram de estudar porque é algo que não pode comprometer o déficit de R$ 170,5 bilhões", disse. 

Para o governador do Piauí, Wellington Dias, que também estava presente no encontro, o ministro não apresentou uma posição favorável ao auxílio emergencial como foi o caso do R$ 2,9 bilhões de auxílio extra que o Rio de Janeiro recebeu. Mais uma vez, o governador ressaltou a difícil situação fiscal dos Estados. Segundo Perillo, 11 entes da Federação afirmam não ter como pagar folha de pagamento nos próximos dias, mas disse que Goiás não está nessa situação. "A situação de muitos Estados é de pré colapso", afirmou.

Repatriação. O governo sinalizou, mais uma vez, que os Estados serão ajudados com os recursos da repatriação de bens de brasileiros no exterior. Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias, o governo apresentará aos Estados os repasses em 31 de outubro, com o fim do prazo de adesão ao programa. Dias afirmou ainda que a intenção do governo federal é começar a pagar o repasse da repatriação assim que acabar o programa. 

Sem dar uma estimativa precisa, Dias disse ainda que Meirelles trabalha com uma variação "bastante larga". "Tem variações de R$ 8 bilhões a R$ 53 bilhões. É uma banda bastante larga e com base nos estudos de mercado", disse.

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Ele lembrou ainda que o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, estimava R$ 25 bilhões de arrecadação com o programa em 2016.