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Governança permite conexão entre áreas de sustentabilidade e negócios nas empresas

Evento online realizado pelo ‘Estadão’ discutiu importância de as corporações implementarem práticas ESG como pilar estratégico

Por Marina Aragão
Atualização:

A "revolução sustentável" só acontecerá de fato quando as áreas de sustentabilidade e negócios estiverem diretamente conectadas dentro das empresas. E com o avanço da agenda ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança), quem ganha relevância nesse contexto é a governança. A iniciativa mostra a importância de se implementar as boas práticas socioambientais como pilares estratégicos das corporações. Ou seja, os setores que "levam os negócios para frente" devem entender que essa não é uma discussão apenas das equipes responsáveis pelo tema.

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A relevância da governança nas empresas foi tema de painel do Summit ESG, evento online promovido pelo Estadão, nesta quinta-feira, 17, que teve como convidado Tiago Soares, gerente de Sustentabilidade do banco BV. De acordo com ele, a governança traz visibilidade e transparência para o impacto das ações da empresa, tanto para colaboradores quanto para o público externo. "A governança faz uma ponte para que as iniciativas sociais e ambientais permeiem todas as áreas da empresa", disse. No BV, 2021 marcou a estreia da sustentabilidade como pilar estratégico do banco.

Soares contou que a instituição montou um comitê para discussões sobre o tema e agora faz parte da Agenda 2030 da ONU. Segundo ele, o desafio não foi "se", mas sim "como" iriam implementar as práticas ESG. Com a alta liderança convencida da importância da iniciativa, "o primeiro passo foi atualizar a estratégia de sustentabilidade que já tínhamos, entendendo qual a necessidade que o Brasil e o mundo têm hoje", explicou. Em um plano construído a muitas mãos, o BV estabeleceu metas ESG e recompensas (bônus) para os executivos e setores de relacionamento da instituição financeira.

Andreia Lago e Tiago Soares no painel online do Summit ESG que discutiu governança nas empresas. Foto: Reprodução

O banco se debruçou em três frentes de atuação que geraram cinco compromissos: a primeira é o combate às mudanças climáticas. Nesse quesito, o BV se comprometeu a compensar a emissão de gases do efeito estufa promovida pelas atividades dos colaboradores - inclusive o trajeto de carro para o trabalho - e de CO2 no seu principal negócio, que é o financiamento de veículos. Segundo o gerente de Sustentabilidade, a intenção é investir em veículos híbridos, carros elétricos e até placas solares.

A segunda frente prevê a evolução de negócios sustentáveis - aqui o compromisso é investir R$ 80 bilhões até 2030 em produções de baixo impacto no meio ambiente. Por fim, o terceiro tema é a inclusão social. O banco se comprometeu a montar seu time com 50% de liderança feminina, o que já foi alcançado entre os colaboradores. Além disso, o BV quer que pelo menos 35% dos seus funcionários sejam negros. De acordo com Soares, o banco tem feito parcerias com projetos sociais e sensibilização com o setor de RH para facilitar o recrutamento.

Atrelado a isso, Soares disse que a área de Sustentabilidade propõe continuamente programas de treinamento e informação para os mais de 4 mil colaboradores diretos, na tentativa de engajá-los e promover a mudança de mentalidade. "Não esperamos que todos se tornem especialistas no tema, mas que tenham um olhar diferente sobre aquilo que fazem."

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