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Governo adia medidas sobre importações de frango pelo Canadá

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo preferiu aguardar mais alguns dias para adotar alguma medida comercial mais drástica em relação aos Estados Unidos devido à pressão que aquele país está fazendo para que o Canadá não importe frango brasileiro. Segundo o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, a "trégua" foi concedida depois da conversa com o vice-representante de Comércio dos EUA, embaixador Peter Allgeier, em audiência hoje no Ministério da Agricultura. Durante a audiência, Pratini se comprometeu a enviar ainda hoje informações complementares sobre o controle sanitário adotado para combater a doença de "new castle" (febre que ataca as aves) no País. Allgeier prometeu se empenhar para que o governo americano acelere a retirada das restrições à importação do frango brasileiro. Pratini disse ainda ter solicitado que as autoridades sanitárias americanas usem as informações contidas na análise de risco feita pelo Canadá junto aos frigoríficos brasileiros, há cerca de dois anos, sobre a incidência de "new castle" no País, para que a decisão dos EUA possa ser acelerada. "Enquanto essas informações estiverem sendo analisadas não tomaremos nenhuma medida contra os EUA. Mas se demorar muito e acharmos que a demora configura protecionismo, vamos adotar outra posição. Recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) pode ser uma boa saída", afirmou. Desde o dia 12, o Canadá suspendeu as importações de peito de frango brasileiro, porque os EUA - que fornecem quase integralmente a cota anual de 75 mil toneladas que o Canadá importa do produto - ameaçaram vetar o ingresso de frango canadense em território americano, caso o Canadá continuasse com as importações do Brasil. A alegação foi a de que a doença de "new castle" ainda não foi erradicada no País, apresentando, portanto, risco sanitário não só para o Canadá como para os EUA. Milho O ministro também informou que o governo brasileiro irá submeter a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de milho de países de fora do Bloco à Comissão de Comércio do Mercosul, marcada para os dias 25 e 26 próximos. A proposta é para reduzir a TEC dos atuais 9,5% para 2% para importações de um milhão de toneladas de milho até o dia 28 de fevereiro próximo. Os Estados Unidos serão um dos mercados beneficiados com a medida, uma vez que são um dos poucos países a possuírem oferta do produto. A redução da TEC foi a alternativa encontrada para garantir o suprimento das regiões produtoras de carne de frango e suína. A redução da TEC será tomada com base na resolução número 69/96, do Mercosul, que permite a diminuição da tarifa, para importação determinada e por prazo específico - com a concordância de todos os países -, quando houver desabastecimento grave para algum tipo de produto. Caso a Comissão de Comércio do Mercosul não aprove a redução da TEC, a medida será submetida a próxima reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), prevista para o final deste mês. A proposta, então, será para que o milho seja incluído na lista de exceção do Brasil no Mercosul, para que a TEC possa ser reduzida.

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