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Governo adia projeto de autonomia do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

Na mesma reunião no Palácio do Planalto que decidiu, na noite de quinta-feira, as medidas na área de câmbio anunciadas nesta sexta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o governo sepultou a idéia de enviar ao Congresso, ainda este ano, o projeto de autonomia do Banco Central. "O governo não vai mandar esse projeto. Não está nem na mensagem presidencial", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, porém, vinha trabalhando para criar um clima favorável à idéia. Na noite de quarta-feira, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) promoveu um jantar de Palocci com senadores de seu partido e se propôs a apresentar, ele mesmo, um projeto de sua autoria para iniciar as discussões o quanto antes. "O Ney se entusiasmou demais", afirmou Mercadante. "O Palocci não tem compromisso com essa proposta." Ficou acertado que será promovido um ciclo de debates no Senado para conhecer experiências de outros países com seus bancos centrais. O senador participou da reunião no Planalto, na qual também estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, José Alencar, os ministros Palocci e Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, além de ministros da área política. Entre as medidas para facilitar as exportações, além das mudanças no câmbio anunciadas, discutiu-se a possibilidade de utilizar os aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG) para instalar fábricas de produtos destinados a exportação, nas quais os controles aduaneiros seriam simplificados. No encontro, o ministro Furlan disse que, até o final de 2006, o comércio exterior brasileiro estará movimentando perto de US$ 240 bilhões. Hoje, são cerca de US$ 165 bilhões, se somadas as exportações e as importações acumuladas nos últimos 12 meses. José Alencar voltou a criticar as taxas de juros e defender um corte drástico. Mercadante defendeu a construção de acordos com os setores mais oligopolizados para tentar conter a inflação, abrindo espaço para reduzir a taxa Selic.

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