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Governo adia royalties do pré-sal na educação

Medida provisória que destinava R$ 7 bilhões do pré-sal para a educação já neste ano perderá validade em 12 de maio, à espera de decisão do STF

Por Eduardo Bresciani , Ricardo Brito e BRASÍLIA
Atualização:

Um acordo da base do governo no Congresso fará com que a medida provisória editada pela presidente Dilma Rousseff para direcionar à educação 100% dos recursos dos royalties do pré-sal perca a validade no dia 12 de maio. Com isso, a vinculação legal deixará de existir. A justificativa dos parlamentares é de que, como a questão da distribuição entre os entes da Federação será alvo de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), é preciso esperar essa decisão antes de debater o destino dos recursos. O discurso da aplicação dos royalties na educação foi o eixo do pronunciamento da presidente sobre o tema. O relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), porém, desagradou ao governo, ao propor a aplicação imediata de recursos. Segundo o parlamentar, as mudanças feitas na MP fariam com que a educação recebesse R$ 7 bilhões a mais já em 2013. O governo, porém, argumenta que as receitas já estão comprometidas com outras áreas e propõe a destinação para a educação apenas de recursos de campos que ainda serão licitados. A vinculação integral de recursos para a educação sofre forte resistência também de prefeitos e governadores. Eles desejam ter liberdade para manejar o dinheiro novo. Bancadas de outras áreas, como saúde e ciência e tecnologia, também têm protestado contra a intenção anunciada pelo Executivo. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), afirmou, porém, que o governo não abrirá mão da ideia de destinar os recursos para educação. Segundo ela, uma alternativa é incluir o tema no Plano Nacional de Educação, em tramitação no Senado. O Plano prevê ampliação dos gastos para 10% do produto interno bruto (PIB) em 10 anos. "Esse assunto virou uma paixão, os ânimos ficam exacerbados, a questão foi judicializada", disse Ideli. O embate no Supremo envolve a disputa entre Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, que estimam perdas de R$ 89 bilhões até 2020, e os demais entes da Federação. O Congresso derrubou um veto da presidente e determinou que os recursos do petróleo explorado no mar devem ser divididos desde já entre todos. Liminar da ministra Cármen Lúcia suspendeu a aplicação dos novos porcentuais. Ela prometeu levar o tema ao plenário com brevidade, mas não há ainda data para análise do mérito.

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