Governo admite 'relevante piora' em crise hídrica nos próximos meses

Com o agravamento da seca, governo já se prepara para adotar medidas mais rígidas, como o acionamento de usinas adicionais e novas regras para reter mais água nos reservatórios

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Por Marlla Sabino
2 min de leitura

BRASÍLIA - O governo admitiu nesta terça-feira, 24, uma “relevante piora” na degradação do cenário hídrico do País e nas projeções para os próximos meses. Frente ao agravamento da escassez nos reservatórios, é considerado “imprescindível” a adoção de todas as medidas em andamento e propostas, principalmente o acionamento de usinas adicionais, até mesmo as mais caras, e medidas para reter mais água nos reservatórios.

Em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta terça-feira, 24, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou proposta para flexibilizações temporárias na operação do Rio São Francisco. A medida representa que o uso da água para geração de energia elétrica terá prioridade em relação a outros usos.

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Na represa de Marimbondo, em São Paulo, gado pasta em local onde a profundidade da água deveria ser de 20 metros. Foto: Joel Silva/Estadão

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a medida considera a importância de se dispor de recursos energéticos adicionais a fim de assegurar as condições de atendimento eletroenergético. “Minimizando, assim, a degradação do armazenamento nos reservatórios das usinas hidrelétricas destacadamente nas regiões Sudeste e Sul do País”, diz a nota divulgada nesta noite.

Também foram discutidos aspectos de flexibilizações operativas que estão vigentes relacionadas a níveis mínimos de armazenamento de usinas hidrelétricas. O colegiado indicou a necessidade de uso dos estoques hídricos armazenados. O tema ainda será analisado pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), que se reunirá nesta quarta-feira, 25.

Bônus para consumidores

Durante a reunião, a assessoria econômica do MME apresentou a proposta de programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia elétrica voltado para consumidores residenciais. A intenção do governo é dar um incentivo econômico, uma espécie de bônus, para aqueles que economizarem energia. A previsão é que as regras sejam divulgadas no início de setembro.

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"O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica

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