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Governo apela ao setor financeiro para acordos internacionais

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro Antônio Simões, do Ministério das Relações Exteriores, fez um apelo à comunidade financeira do País. Ele pediu que instituições como a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização) contribuam mais tecnicamente para ajudar o governo nas negociações para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), a Organização Mundial do Comércio (OMC), o acordo Mercosul/União Européia e o próprio Mercosul. Em sua participação no Congresso Latino Americano de Comércio Exterior (Clace), promovido pela Febraban, Simões disse que o setor empresarial, por meio da Coalizão Empresarial, e as ONGs de agricultura familiar têm colocado ao Itamaraty uma série de questões que devem ser contempladas nas negociações. Mas o setor financeiro continua distante. No mesmo evento, o chefe do Departamento de Dívida Externa e Relações Internacionais do Banco Central, José Linaldo Gomes de Aguiar, afirmou que o governo brasileiro ainda não conseguiu avaliar o que pode ganhar na liberalização dos serviços financeiros dentro das negociações comerciais internacionais. "Não é fácil fazer essa avaliação, até porque podemos oferecer algo não tão benéfico em troca de avanços na área agrícola", ressaltou. Estrategicamente, o Brasil ainda não apresentou suas ofertas de liberalização de serviços para a Alca, descumprindo o cronograma, por vontade própria. "Nossas ofertas não estão prontas", admitiu Gomes de Aguiar. Nas negociações de serviços, há três grandes focos: telecomunicações, transportes e serviços financeiros (seguros, fundos de previdência e fundos de investimentos). Diversas questões O governo brasileiro está pedindo ajuda à comunidade financeira porque ainda há uma séria de questões que precisam ser respondidas pelo setor estão, segundo Gomes de Aguiar: "é possível consolidar um mecanismo que possibilite aos residentes no Brasil a aquisição de cotas de fundos de investimento no Exterior? Ou consolidar a possibilidade de contratação, por um residente no Brasil, de empréstimo pessoal ou imobiliário em instituição financeira não-residente? Ou, mesmo diante das dificuldades conjunturais seria possível ampliar o compromisso atual de liberalização financeira do Brasil com Mercosul, consolidando alguma preferência regional?" Ele destaca ainda outras questões: "quais precauções seriam necessárias ou suficientes para minimizar os riscos de vazamento da poupança doméstica para o resto do mundo? Quais seriam os riscos de uma presença majoritária de capital estrangeiro na indústria bancária do Brasil? A indústria bancária brasileira sofreria danos se exposta à concorrência internacional mediante a oferta transfronteiriça de serviços financeiros? Haveria uma maior oferta de recursos para irrigar o sistema bancário e permitir uma diminuição dos custos financeiros do País? A possibilidade de os residentes adquirirem cotas de fundos de investimento estrangeiro levaria a vazamentos da poupança doméstica suficientes para comprometer as políticas fiscal, monetária e cambial?"

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