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Governo aposta em reversão da balança comercial

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O déficit da balança comercial brasileira deve ser revertido até o final do ano, avalia a equipe econômica. Mas a aposta é que uma recuperação mais robusta das exportações virá apenas em 2014, quando se espera que as economias do Brasil e do resto do mundo estejam crescendo a um ritmo mais forte e que o efeito da depreciação cambial seja sentido nos contratos das empresas brasileiras, sobretudo nas vendas externas de produtos manufaturados.A equipe econômica traça um cenário de superávit comercial em 2013, considerando que o acumulado em 12 meses, encerrados em julho, ainda registra um saldo positivo de US$ 4,5 bilhões. O Banco Central, única instituição do governo a divulgar previsão de saldo comercial, estima um superávit de US$ 7 bilhões este ano. Esta previsão já foi de US$ 17 bilhões no início do ano. A média dos analistas de mercado, divulgada na pesquisa Focus do BC, é de um saldo positivo de US$ 5 bilhões. A piora do resultado comercial ao longo deste ano acendeu uma luz amarela no governo porque levou a uma deterioração das contas externas.A previsão do Banco Central para o déficit em conta corrente este ano já aumentou de US$ 65 bilhões para US$ 75 bilhões. O mercado calcula que o rombo será de US$ 76,2 bilhões. O déficit em conta corrente inclui, além do resultado da balança, as contas de serviços, juros, dividendos e remessas.Uma fonte da equipe econômica, porém, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o desempenho das contas externas ainda está em "níveis confortáveis". "O déficit em conta corrente é financiado com um bom perfil de financiamento, que é principalmente Investimento Estrangeiro Direto (IED)", disse. A fonte lembra que, no passado, o déficit comercial era financiado com capital especulativo de curtíssimo prazo, o que colocava o País em situação de vulnerabilidade externa."É importante levar em consideração o elevado nível de reservas e o que representa a economia do País em termo de estratégias de investimento. Nos últimos anos, o IED tem sido superior a R$ 60 bilhões. É número bastante robusto que mostra a solidez da economia e a confiança do investidor externo na economia brasileira, nos coloca numa situação bastante confortável", completou.AtrasosApesar dos efeitos da estagnação do comércio mundial, a avaliação da equipe econômica é de que os dados da balança comercial este ano foram distorcidos pelos registros atrasados de operações de importações de petróleo que ocorreram em 2012 e pela redução nas exportações da Petrobras por conta da manutenção das plataformas de exploração de petróleo.A fonte diz que os dados colhidos pelo governo mostram que já há uma recuperação das vendas externas de manufaturados. Com base em dados da Funcex, o governo afirma que a quantidade de manufaturados exportados no segundo trimestre de 2013 cresceu 4,1% em relação aos primeiros três meses do ano e 10,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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