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Governo argentino está desanimado com o Fundo

A cada dia que passa, a tese de que o FMI não quer negociar com o atual governo ganha mais força, mas Duhalde não se dá por vencido, nem o ministro "durão", como vem sendo chamado Lavagna nas negociações com o organismo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente argentino Eduardo Duhalde está desanimado, o ministro de Economia, Roberto Lavagna, está desanimado, o governo está desanimado. O desânimo do governo argentino chama-se Fundo Monetário Internacional. Uma fonte da Casa Rosada disse à Agência Estado que o "Fundo é como um saco sem fundo, quanto mais colocamos coisas aí, mais nos pedem para completar as exigências que nunca param de ser feitas. Deste jeito, terminaremos o mandato sem ter o acordo", desabafou num tom bastante cansado e resignado. Os funcionários do Palácio de Governo e do ministério de Economia já baixaram as expectativas geradas pela assinatura do pacto político com vistas a fechar o acordo com o Fundo Monetário Internacional. "Teremos que esperar pelo menos até dezembro", confessou uma fonte da equipe econômica. O grau de irritação do governo argentino com as sucessivas desculpas e demoras do FMI são visíveis e alguns funcionários já não se preocupam em ocultá-la. É o caso do chefe de Gabinete, Alfredo Atanasof, que pediu ao FMI que "não se encontrem mais desculpas", ou do ministro do Interior, Jorge Matzkin, que disse que "há certas atitudes do FMI que nos enchem". Até o polido e equilibrado ministro Lavagna ontem não aguentou e disse que os organismos multilaterais "nos empurram para mais crise". A cada dia que passa, a tese de que o FMI não quer negociar com o atual governo ganha mais força, mas Duhalde não se dá por vencido, nem o ministro "durão", como vem sendo chamado Lavagna nas negociações com o organismo. Ambos negociam no Congresso a aprovação das medidas prometidas no documento assinado na última segunda-feira. Hoje, a Câmara dos Deputados deverá aprovar o cronograma eleitoral para 27 de abril e 18 de maio, primeiro e segundo turno, respectivamente. Também deverão aprovar a redução do mandato de Eduardo Duhalde que somente terminaria em dezembro de 2003, mas será antecipado para 25 de maio do mesmo ano, data em que o novo presidente eleito deverá assumir o poder. O governo encontrará dificuldades para a aprovação das matérias por causa da dissidência do PJ provocada pelos ex -presidentes candidatos Carlos Menem e Adolfo Rodriguéz Saá, que se somaria a alguns partidos provinciais pequenos e os de oposição.

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