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Governo argentino está 'irritado' com Petrobras

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

O governo argentino está "profundamente irritado" com as declarações do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, durante sua passagem por Buenos Aires, na última sexta-feira, de que "o Brasil não cederá nenhuma molécula de gás à Argentina". A presidente do país Cristina Fernández de Kirchner tratou hoje de deixar claro seu mal estar por estas declarações durante discurso na Casa Rosada. Para ela, as palavras de Gabrielli foram na direção oposta da solidariedade que os chefes de Estado da Argentina, Brasil e Bolívia, reunidos no último sábado, decidiram adotar em relação à energia. Ao criticar as notícias veiculadas de que o país se encontra à beira do caos energético, Cristina disse que lhe interessava "a reflexão diante de algumas expressões que o titular de uma empresa de energia teve, que foi praticamente celebrada pelo jornalismo local e justificada, porque em realidade é também um importante anunciante comercial em programas políticos, jornalísticos, jornais etc." "Seja por pautas culturais ou por qualquer outra pauta, o certo é que em inúmeros meios de comunicação se via como lógico um comportamento que não propunha muita solidariedade na integração", cutucou. "Creio que a primeira coisa importante quando falamos do tema energia é situá-lo como um problema do século 21, de todo o mundo e da região", continuou. "Em algum momento, alguns meios de comunicação quiseram colocar a energia como um problema somente da República Argentina e que, então era uma questão de planejamento ou de falta de gestão, além disso, sempre assustando com que a catástrofe era iminente", afirmou. Durante uma solenidade na sede do Executivo argentino, Cristina explicou que a reunião que manteve, no sábado passado, com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Bolívia, Evo Morales, teve "como objeto conformar um grupo coordenador para administrar racionalmente o intercâmbio energético que se produz na região". Neste sentido, Cristina disse que "administrar o sistema interconectado da região exige três princípios básicos: racionalidade, solidariedade e investimento".

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