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Governo argentino estuda seqüência da desvalorização

Por Agencia Estado
Atualização:

Definir quais os próximos passos que a Argentina deverá seguir após a desvalorização do peso é o objetivo principal da equipe econômica nesta semana. Uma fonte do ministério de Economia informou que o ponto de partida é a visita dos técnicos do Departamento Monetário do Fundo Monetário Internacional, que desembarcam hoje em Buenos Aires. "Eles não vêm dar receitas, e sim conselhos, porque têm experiências em outros países que desvalorizaram, coisa que nós não temos, principalmente depois de 10 anos de um a um (conversibilidade)", disse a fonte. Antes de emitir opinião, os técnicos verificarão a atual situação do sistema bancário, com a pesificação parcial das dívidas, e os efeitos da desvalorização na economia real. O principal foco do ministro de Economia, Jorge Remes Lenicov, é o setor financeiro, classificado pelo secretário de Finanças, Lisandro Barry, de "absolutamente crítico". Barry se reunirá com os técnicos do FMI e do Banco Central "para resolver os problemas conjunturais e estruturais do sistema financeiro". O governo sabe que o termômetro social e, principalmente, o da classe média, que tem seu dinheiro retido nos bancos, está em alta, e por isso mesmo teme uma nova onda de panelaços e de outros protestos. Remes Lenicov quer encontrar, urgentemente, uma alternativa para flexibilizar os depósitos e aplicações de prazo fixo, de forma a acalmar os depositantes sem aumentar o risco de um colapso definitivo do sistema financeiro. No fim de semana, Lenicov fez várias reuniões com a equipe econômica e o Banco Central para estudar as alternativas possíveis, dentre as quais, se seria possível permitir o pagamento de impostos com o dinheiro aplicado em prazo fixo, e a compra de imóveis e automóveis com as contas poupança ou corrente. Outra medida em estudo, mais polêmica, é a pesificação dos dólares que os bancos possuem depositados como compulsórios para atender aos saques dos poupadores. A pesificação seria pela cotação de 1,40 mas criaria um problema para que o presidente Eduardo Duhalde cumpra a promessa de que "quem depositou em dólares deve receber em dólares". O governo estuda medidas para compensar os bancos e evitar a quebra do sistema, mas não sabe como fazer isso e atender às reivindicações dos argentinos. Leia o especial

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