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Governo argentino não teme corrida ao dólar

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo argentino disse que não espera uma corrida ao dólar, depois de anunciar que vai liberar até 1,4 bilhão de pesos (US$ 387 milhões) congelados em contas de clientes de bancos desde dezembro. "Nós não consideramos que esses recursos vão se direcionar para a compra de dólares", disse o chefe de Gabinete Alfredo Atanasof, em comunicado. O ministro da Economia, Roberto Lavagna, anunciou que o governo vai reduzir as restrições para saques de depósitos, implementadas no final do ano passado para proteger os bancos. Nos meses que precederam as medidas implementadas pelo ex-presidente Fernando de la Rúa, clientes de bancos em pânico e correntistas sacaram US$ 20 bilhões de bancos e instituições financeiras, temendo que a moeda e o sistema financeiro entrassem em colapso em meio ao aprofundamento da recessão. Atanasof também deu indicações de que o governo vai tentar facilitar ainda mais o fechamento parcial do sistema financeiro. Mas não deu mais detalhes sobre a iniciativa. No pronunciamento de Lavagna, o principal administrador econômico do país disse que vai liberar até 7.000 pesos argentinos por depositante (US$ 1.936), enquanto os bancos terão a opção de liberar até 10.000 pesos (US$ 2.739) a seus clientes. Esses recursos irão irrigar o sistema financeiro a partir de 1º de outubro, disse Lavagna, "Isso não foi feito para ninguém, senão para os depositantes", disse Atanasof. O governo espera que os argentinos que vão reconquistar o acesso a suas economias usem os recursos para comprar bens e serviços produzidos na Argentina. O presidente Eduardo Duhalde vem lutando para encontrar uma faísca que reanime a economia, dependente, em grande parte, dos gastos dos argentinos. Ainda assim os argentinos, que viram seu poder de compra erodir-se por causa da inflação, que pulou para 37,8% nos primeiros oito meses do ano, vêm usando o dólar como abrigo contra a disparada dos preços. O Banco Central da Argentina vem tentando restringir os saques de investidores e cidadãos comuns, para evitar que esses recursos sejam transformados em dólar.

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