PUBLICIDADE

Governo assume posição firme com AES, diz Dilma

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, disse que não se pode tratar todas as empresas elétricas como se todas fossem devedoras "contumazes e que não honram seus compromissos". Ela estava se referindo ao grupo americano AES, que controla a Eletropaulo e que deixou de pagar um empréstimo do BNDES. "O governo pretende ter uma posição bastante firme em relação a essa questão ligada à Eletropaulo. Primeiro, porque a Eletropaulo é a maior empresa distribuidora do País, responde por mais ou menos 14% do mercado brasileiro e é uma empresa bastante saudável, com um fluxo de caixa de quase um bilhão de dólares-ano. Portanto, não é uma empresa qualquer", disse a ministra, em entrevista ao Jornal das Dez, da Globo News. Para ela, a Eletropaulo é um dos melhores negócios do Brasil. A ministra criticou o endividamento absurdo contraído aqui e no exterior pela AES, acrescentando que o governo vai tratá-la como um mau devedor. "Se um bom devedor está em momento difícil, ele tem de ter acesso ao crédito. Em todo o mundo desenvolvido existem instituições justamente para isso. (...) Não é caso da AES. Ela é uma empresa que não só no Brasil, mas no exterior também, tem uma situação de muita alavancagem. Ou seja, ela coloca pouco dinheiro próprio e toma muito dinheiro emprestado." Daí, segundo disse, a explicação pela difícil situação que também enfrenta nos Estados Unidos. "Ela não consegue obter crédito e, por isso, inclusive, houve tantas transferências de dividendos e lucros (da Eletropaulo) para o exterior. Dilma Roussef insistiu em que o governo pretende ter uma atitude firme em relação à AES. "É uma empresa que deve honrar os seus compromissos. Afinal de contas, ela tomou dinheiro emprestado (no BNDES) e tem que honrar esse compromisso." Sobre se a empresa poderia obter outro empréstimo junto à instituição oficial, a ministra foi taxativa: "Ela não tem condições de tomar um novo empréstimo, porque não tem uma situação de crédito que permita que alguém empreste para ela, esperando receber." "Devedor aventureiro" A ministra disse esperar, para os próximos dias, uma solução para o problema. E acrescentou: "Nunca foi nosso objetivo federalizar ou estatizar qualquer empresa. No entanto, o que nós não vamos admitir é que os consumidores de São Paulo fiquem desprotegidos diante de prática de um devedor aventureiro ou temerário."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.