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Governo boliviano deve nacionalizar setor de mineração

O presidente Evo Morales sinalizou com essa possibilidade em discurso realizado no final de semana e reproduzido pela Agência Boliviana de Notícias

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de nacionalizar os campos de petróleo e gás, o governo boliviano mira o setor de mineração. Em discurso realizado no final de semana e reproduzido pela Agência Boliviana de Notícias (ABI), o presidente Evo Morales sinalizou com a nacionalização do setor de mineração a partir do dia 31 de outubro. Morales disse no discurso que a nova política de Estado sobre a mineração inclui o controle social para a administração dos recursos naturais não renováveis. "Haverá surpresas com o estanho, a prata e o ouro. Esses minerais têm que passar ao estado boliviano mediante o controle social do povo boliviano. Este é o próximo passo urgente que se tem que dar", disse, segundo reprodução da ABI. O anúncio de Morales acontece em meio ao atual conflito no setor, com mineiros e cooperativistas disputando as reservas de estanho de Posokoni, em Huanuni. A nacionalização das mineradoras locais já havia sido antecipada pelo ministro de Mineração, Guillermo Dalence, na última sexta-feira. A decisão de nacionalizar as minas, segundo ele, foi tomada depois dos graves conflitos armados entre mineiros da Comibol, no início do mês, pela posse de uma jazida de estanho. Nesta segunda-feira, o governo e os cooperativistas mineiros farão uma reunião para definir a situação do distrito de Huanuni. Petrolíferas O governo boliviano anunciou por meio de sua agência de notícias, que entrega nesta segunda-feira o resultado das auditorias efetuadas nas empresas petrolíferas multinacionais Repsol-YPF, Total e Petrolera Andina. As auditorias serviram de base para a elaboração dos contratos que deverão ser assinados no dia 28 de outubro, sob as novas premissas do decreto de nacionalização, publicado no dia 1º de maio. Segundo a Agência Boliviana de Notícias, ao longo desta semana também serão entregues os resultados das auditorias realizadas em outras seis empresas petrolíferas, entre elas a Petrobras. O decreto de nacionalização previa um prazo de 180 dias para que as empresas se adequassem às novas regras. Durante este período, sete consultorias realizaram o trabalho de auditoria em 79 campos de petróleo e gás para verificar os níveis de produção e estabelecer a remuneração que caberá às empresas. A auditoria também serviu para verificar o pagamento de impostos destas empresas e, no caso de constatação de dívida pendente, ela estabelece a quantia a ser paga.

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