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Governo brasileiro expressa 'grande preocupação' após sobretaxa de aço

Presidente Donald Trump assinou decreto impondo tarifas sobre a importação de aço e de alumínio; ministros afirmam que medida causará 'graves prejuízos às exportações brasileiras'

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Por Redação
Atualização:

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar um decreto impondo tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre a de alumínio nesta quinta-feira, 8, os ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgaram nota à imprensa para comentar o caso.

Na avaliação de Aloysio Nunes, as medidas restritivas são incompatíveis com as obrigações dos EUA ao amparo da Organização Mundial de Comércio. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Leia o documento na íntegra:"Restrições americanas às exportações brasileiras de aço e alumínio

O governo brasileiro tomou conhecimento, hoje, com grande preocupação, da decisão do governo dos Estados Unidos, de aplicar sobretaxa de 25% às importações de aço e de 10% às importações de alumínio, sob alegada justificativa de segurança. 

As medidas causarão graves prejuízos às exportações brasileiras e terão significativo impacto negativo nos fluxos bilaterais de Comércio, amplamente favoráveis aos Estados Unidos nos últimos 10 anos, e nas relações comerciais e de investimentos entre os dois países.

Desde o início das investigações do Departamento de Comércio dos EUA, no primeiro semestre de 2017, o governo brasileiro, em coordenação com o setor siderúrgico nacional, buscou, em sucessivas gestões, evitar a aplicação das medidas às exportações brasileiras, esclarecendo ao governo americano e a outros atores relevantes naquele país que os produtos do Brasil não causam ameaça aos interesses comerciais ou de segurança dos EUA. Ao contrário, as indústrias de ambos os países são integradas e se complementam. Cerca de 80% das exportações brasileiras de aço são de produtos semiacabados, utilizados como insumo pela indústria siderúrgica norte-americana. Ao mesmo tempo, o Brasil é o maior importador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos (cerca de US$ 1 bilhão, em 2017), principalmente destinado à produção brasileira de aço exportado àquele país.

As medidas norte-americanas minarão os esforços em curso no Foro Global do Aço, do qual os EUA fazem parte, com vistas a uma solução para a questão do excesso de capacidade no setor siderúrgico, verdadeira raiz dos problemas enfrentados pelo setor. 

As medidas restritivas às importações de aço e alumínio são incompatíveis com as obrigações dos EUA ao amparo da Organização Mundial de Comércio, e não se justificam, tampouco, pelas exceções de segurança do GATT 1994.

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Ao mesmo tempo em que manifesta preferência pela via do diálogo e da parceria, o Brasil reafirma que recorrerá a todas as ações necessárias, nos âmbitos bilateral e multilateral, para preservar seus direitos e interesses.

Ministros Aloysio Nunes e Marcos Jorge"

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A tarifação entrará em vigor em 15 dias e não vale para o México e para o Canadá, que negociam com Washington uma revisão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).

A medida de Trump de sobretaxar em 25% suas importações de aço é uma promessa de campanha do presidente para a indústria siderúrgica local. A decisão prejudica fortemente as exportações do Brasil, que é o segundo maior fornecedor em volume daquele mercado.

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