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Governo cobra mais agressividade do BB

Caixa anuncia nova rodada de redução nas taxas e na aplicação inicial mínima de fundos, aumentando a pressão sobre o Banco do Brasil

Foto do author Adriana Fernandes
Por Fernando Nakagawa , Adriana Fernandes e EDUARDO CUCOLO/ BRASÍLIA
Atualização:

Os seguidos anúncios da Caixa Econômica Federal de redução de juros nos empréstimos e diminuição das taxas de administração dos fundos de investimento aumentaram o desconforto do governo com o Banco do Brasil.No Palácio do Planalto e Ministério da Fazenda, o BB é alvo de críticas sobre a "lentidão" na redução das taxas. Ontem, a saia justa cresceu com o novo anúncio de ações da Caixa para baratear investimentos e ainda popularizar fundos. Segundo apurou o Estado, a orientação do Ministério da Fazenda é para que o BB, que ainda pratica taxas um pouco maiores, continue com o processo de "descompressão" dos juros dos financiamentos e, sobretudo, das taxas de administração dos fundos de investimentos, como a Caixa já fez algumas vezes nas últimas semanas. Dilma. Em reuniões recentes do governo que tratam de crédito e juros, a presidente Dilma Rousseff tem feito elogios à ação da Caixa que diminuiu o custo dos empréstimos aos clientes de maneira considerada mais agressiva que o visto entre os demais bancos, inclusive o BB. "A presidente tem falado bem da Caixa. Mas o comportamento não se repete quando o assunto é o BB", disse um ministro. Segundo uma fonte do governo, a avaliação é que o BB tem sido tímido e pode melhorar no esforço de redução dos juros. Há uma cobrança na equipe econômica sobre quando isso deve acontecer. Outra fonte avalia que o governo dá "como certo" um movimento mais forte do BB. "Porque como o Tesouro Nacional é o acionista majoritário, o banco segue as diretrizes decididas pelo governo", argumenta. Fundos. Ontem, a Caixa anunciou a segunda rodada de redução nas taxas e na aplicação inicial mínima de fundos de investimento. O banco lançou ainda dois produtos que aceitam aplicação inicial de R$ 10 com taxas de administração de 1,3% e 1,6% ao ano. A instituição diz que as mudanças têm como objetivo popularizar esse tipo de investimento, principalmente para a nova classe média e os pequenos empresários.O Banco do Brasil, que foi o primeiro banco a falar na possibilidade de mexer nas suas taxas, não anunciou nenhuma alteração até o momento. A redução dos juros via bancos públicos faz parte de um plano do governo para incentivar a demanda com aumento dos financiamentos. O desejo da equipe econômica é que instituições privadas acompanhem o movimento dos estatais. Nos fundos de investimento, há interesse de que as taxas de administração caiam para que essa aplicação fique mais competitiva. A intenção do governo é afastar a chance de migração em massa de recursos para a poupança, que, em algumas situações, já paga juro maior porque tem rentabilidade pré-estabelecida. Uma migração em massa poderia gerar problemas para a gestão da dívida pública.

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