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Governo confirma adiamento do leilão do trem-bala por pelo menos um ano

Segundo o ministro dos Transportes, a licitação corria o risco de ter apenas o consórcio francês como participante

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Anne Warth , Eduardo Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro dos Transportes, César Borges, acaba de confirmar o adiamento do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala, que vai ligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, "por pelo menos um ano". A entrega de propostas de empresas interessadas no projeto estava marcada para o dia 16 de agosto, e o leilão para a escolha do operador e da tecnologia ocorreria no dia 19 de setembro.

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"Não vamos determinar prazo. Não vamos fixar novas datas", afirmou. De acordo com Borges, o governo percebeu que o processo caminhava para que apenas um consórcio participasse da licitação, o francês.Segundo ele, uma licitação com apenas um concorrente poderia sofrer questionamentos.

Borges informou que alguns grupos interessados, como espanhóis e alemães, solicitaram ao governo que adiasse o processo para encontrar parceiros nacionais para seus consórcios.

Franceses. O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, reconheceu que, com o adiamento, existe o risco de os franceses desistirem do projeto. O consórcio francês era o único confirmado para o leilão marcado para o dia 19 de setembro deste ano. "Mas essa desistência não é esperada", afirmou.Figueiredo destacou que nenhum grupo solicitou alterações nas condições do edital do trem-bala que ligará Campinas a São Paulo e o Rio de Janeiro. Mas espanhóis e alemães pediram mais tempo para comporem seus consórcios. "Ao contrário das tentativas anteriores, não estamos adiando porque o projeto não é atrativo, mas porque mais empresas querem participar e precisam de prazo", argumentou.Ele usou como exemplo a alemã Siemens, que a princípio não iria participar da disputa, mas mudou de ideia. "A Siemens não é investidora, por isso pediu mais prazo para conseguir levantar o capital necessário com grupos investidores", completou. Foram os alemães que pediram pelo menos mais um ano de prazo. Se por um lado há risco de o franceses saírem da disputa com a postergação, Figueiredo considerou que por outro lado os japoneses e coreanos possam voltar para concorrência.Segundo ele, a indefinição sobre a tecnologia do trem que trafegará na linha não prejudica o cronograma de elaboração do projeto-executivo do empreendimento. "Os estudos para o projeto continuam porque a interferência da tecnologia escolhida não é muito significativa. Além disso, é conveniente que tenhamos linha capaz de operar com qualquer tecnologia", acrescentou.Borges garantiu ainda que adiamento do leilão não tem relação com denúncias de cartel em licitações metrôs de São Paulo e Distrito Federal, envolvendo empresas diretamente relacionadas com a disputa pelo TAV. Figueiredo completou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que investiga o caso, não colocou nenhum impedimento para a realização da concessão do trem-bala.

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