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Governo contra o livre comércio "pagará tremendo preço", diz empresário dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente e principal executivo da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Tom Donauhe, advertiu hoje que os governos de países latino-americanos que voltarem a ter um comportamento de dez ou 15 anos atrás, de oposição a mercados abertos e livre comércio, "vão pagar um tremendo preço por isso." Em referência direta ao presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, Donahue disse que até mesmo os presidentes eleitos sob os auspícios de serem menos favoráveis ao livre comércio vão mudar de idéia. "As afirmações do presidente eleito têm sido muito mais positivas nos últimos dias do que anteriormente. Estamos ansiosos para trabalhar com ele", afirmou à Agência Estado. Durante a campanha, Lula disse temer que a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) seja um processo de anexação do Brasil pelos Estados Unidos, mas garantiu que vai negociar. Apresentando um discurso afinado com o da Casa Branca, Donauhe afirmou que se alguns países não estiverem prontos para aderir à Alca na data prevista - a partir de 2005 -, o bloco deve ser formado sem essas nações. Donahue afirmou que vem insistindo com o presidente dos EUA, George W. Bush, para que visite logo o Brasil. Para o empresário, seria uma forma de incrementar as discussões para a Alca e de chegar a um compromisso público com o País para que as negociações do bloco aconteçam dentro do prazo já definido (2005). A partir de 1º de novembro, Brasil e Estados Unidos assumem a presidência conjunta da Alca. O empresário norte-americano admitiu que as negociações da Alca perderam ímpeto nos últimos anos porque os EUA não conseguiram obter do Congresso o mandato negociador (fast track, ou Autoridade de Promoção Comercial). Agora, com a permissão dada pelo Congresso ao presidente Bush, a expectativa é de que os Estados Unidos voltem a demonstrar a força de ser a maior economia das Américas. Ele negou que Brasil e Estados Unidos defendam posições antagônicas nas negociações. "Não há antagonismo. Os dois países estão apenas ansiosos para que o acordo seja feito da forma certa." Mas a diplomacia brasileira vê pontos de tensão entre os dois países em diversas áreas, de agricultura a serviços. Donahue está em Quito, no Equador, para participar do VII Fórum Empresarial das Américas, evento que discute as propostas do setor privado para a Alca.

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