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Governo cortou R$ 100 bi em impostos em 4 anos, diz Mantega

Segundo o ministro da Fazenda, desoneração inclui o fim da CPMF e a nova política industrial

Por FERNANDO NAKAGAWA E FABIO GRANER
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira, 2, que o Ministério da Fazenda divulgará em breve um documento sobre a desoneração tributária realizada pelo governo nos últimos anos. Segundo ele, em quatro anos o governo federal cortou cerca de R$ 100 bilhões em tributos. Nessa conta, segundo Mantega, foi incluído o fim da CPMF. "Menos por vontade minha e mais por vontade dos senhores", disse o ministro rindo, em audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Mantega citou que essa desoneração ocorreu em diversas situações, como o anúncio da política industrial, a alteração dos prazos de depreciação de máquinas e equipamentos da área de infra-estrutura e diminuição de alíquotas de PIS/Cofins, mais recentemente.   Ao ser questionado sobre eventual aumento da carga tributária, Mantega respondeu aos deputados que não se deve confundir carga com arrecadação. Segundo ele, o que tem ocorrido no Brasil é o aumento da arrecadação de impostos gerada pela maior lucratividade das empresas, formalização do mercado de trabalho, lançamento de ações em bolsa e combate à sonegação. Sobre a reforma tributária, o ministro negou que a população de menor renda possa ser prejudicada. "Pelo o contrário, uma reforma tributária pode, por exemplo, alterar as alíquotas do imposto de renda, o que beneficia essa população", declarou. Durante a audiência, o deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), ex-ministro da Educação do governo Fernando Henrique Cardoso, questionou o ministro da Fazenda sobre um eventual "desperdício do período de vacas gordas" da economia global. Mantega rebateu a crítica ao afirmar que o objetivo do atual governo nunca foi "só o combate à inflação".   "Queríamos um novo ciclo de desenvolvimento e nós mudamos esse patamar", afirmou, apresentando dados que mostram que a economia tem crescido atualmente mais de 4% ao ano, no período recente. Antes do governo Lula, essa taxa, de acordo com Mantega, variava entre 2% e 2,5%. Mantega negou que essa expansão seja liderada sobretudo pela demanda do governo. Para ele, a contribuição do Estado "é pequenininha". "O porte da demanda vem das famílias, que têm sido beneficiada pelo aumento da renda real, projetos sociais e crédito", disse. Conforme afirmou Mantega, tais condições de crescimento permitirão que a economia brasileira "siga para frente até mesmo em época de crise".

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