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Governo dá como certo novo rebaixamento

É difícil encontrar no governo quem arrisque uma avaliação de que será possível reverter essa ameaça, porque não há perspectiva de melhora do cenário brasileiro no curto prazo

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Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Atualização:

BRASÍLIA - O anúncio da agência internacional de classificação de risco Moody's de colocar a nota do Brasil em revisão na direção da perda do grau de investimento é mais um golpe na economia provocado pela crise política que alimenta a recessão. É simbólico que o aviso tenha sido feito poucos dias depois da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A revisão indica que a agência vai ficar de olho e decidir em pouco tempo se põe o Brasil no grupo de países com nota de grau especulativo. Se isso ocorrer, será a segunda agência de rating a retirar o grau de investimento do Brasil, o selo de bom pagador que sinaliza aos investidores estrangeiros que o País é seguro para investimentos. O fato é que desde a visita de representantes da agência ao Brasil, em julho, houve piora na frente política e econômica. O governo espera uma nova decisão da agência em dois meses. A perda do grau de investimento, contudo, é dada como praticamente certa no Executivo. "Demorou demais", resumiu um integrante da área econômica sem antes lamentar que o movimento para o rebaixamento tenha se acelerado. É difícil encontrar no governo quem arrisque uma avaliação de que será possível reverter essa ameaça, porque não há perspectiva de melhora do cenário brasileiro no curto prazo.

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