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Governo de Dubai diz que não vai garantir dívidas de estatal

Ações nos Emirados Árabes Unidos despencam em primeiro pregão após anúncio de moratória.

Por BBC Brasil
Atualização:

O governo do emirado de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, disse nesta segunda-feira que não vai garantir as dívidas do conglomerado estatal Dubai World. O ministro de Finanças, Abdulrahman Al-Saleh, disse que os credores devem assumir parte da responsabilidade pela dívida da companhia. "Os credores pensam que a Dubai World é parte do governo, o que não é correto", disse Saleh à rede Dubai Television. "Os credores precisam assumir parte da responsabilidade por sua decisão de emprestar às empresas." A Dubai World, responsável pela vasta expansão imobiliária de Dubai, anunciou na última semana que atrasará o pagamento de suas dívidas, avaliadas em US$ 58 bilhões - a maior parte da dívida do emirado, de US$ 80 bilhões. Segundo o analista de economia da BBC no Oriente Médio, Ben Thompson, as declarações do ministro foram recebidas com surpresa, já que quem investiu na Dubai World esperava que o governo fosse garantir os investimentos. Segundo Thompson, a divisão entre economia e governo em Dubai é nebulosa. A ameaça de calote sacudiu os mercados internacionais, que estavam ou ainda estão tentando se recuperar da crise global financeira iniciada com a crise de crédito do mercado imobiliário americano, em setembro de 2008. No domingo, o Banco Central dos Emirados Árabes Unidos anunciou a criação de um mecanismo para oferecer mais liquidez a bancos do país. Bancos estrangeiros operando nos Emirados Árabes também poderão utilizar o recurso. O Banco Central dos Emirados Árabes Unidos também afirmou, em um comunicado, que o sistema bancário dos Emirados Árabes Unidos está mais sólido e com mais liquidez do que no ano passado. Bolsas As declarações do ministro de Dubai foram feitas após fortes quedas nas ações em Dubai e Abu Dhabi, outro emirado dos Emirados Árabes Unidos. Nesta segunda-feira, o Índice do Mercado Financeiro de Dubai caiu 7,3% na primeira hora do pregão depois do feriado islâmico do Eid Al-Adha, que durou quatro dias. Na bolsa de Abu Dhabi a queda foi ainda maior, um recorde de 8,3%. Ações dos setores de construção e financeiro caíram quase 10%, e as ações da Dubai World caíram 15%. A reabertura das bolsas se seguiu ao anúncio de que a Nakheel, subsidiária da Dubai World, pediu a suspensão da comercialização de seus títulos. Apesar da forte queda nas bolsas dos emirados, os mercados asiáticos mostraram recuperação - mas as bolsas na região fecharam antes do anúncio da Nakheel. O índice Nikkei de Tóquio teve alta de 2.9% enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, registrou alta de 3,6%. As ações em Xangai tiveram alta de 2,5%. Por volta das 13h50 (hora de Brasília), algumas das principais bolsas europeias operavam com ligeiras quedas: o índice Dax, de Frankfurt, de 0,06%, e o Cac 40, da França, de 0,04%. Em Londres, o FTSE apresentava alta de 0,01%. No mesmo horário, nos Estados Unidos, o índice Dow Jones registrava alta de 0,47%, e o Nasdaq, de 0,20%. No Brasil, o índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava com ganhos de 0,57%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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